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Pior resultado da eleição para os mercados? Indefinição

Mercados odeiam incertezas, e uma eleição presidencial dos EUA sem resultado claro seria o pior cenário


	Operadores da New York Stock Exchange: uma preocupação nos mercados é que uma vitória de Romney coloque em xeque o futuro do atual presidente do FED
 (Brendan McDermid/Reuters)

Operadores da New York Stock Exchange: uma preocupação nos mercados é que uma vitória de Romney coloque em xeque o futuro do atual presidente do FED (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 12h20.

Nova York - Operadores e investidores parecem concordar em uma coisa sobre a eleição presidencial desta terça-feira nos Estados Unidos: os mercados querem um vencedor claro na manhã seguinte.

A mais recente pesquisa Reuters/Ipsos mostra uma disputa acirrada nacionalmente. O presidente democrata Barack Obama tem vantagem de dois pontos percentuais sobre seu adversário, o republicano Mitt Romney, que soma 46 por cento. A média de outras pesquisas também mostra Obama com pequena vantagem, embora fundamental, nos Estados decisivos de Ohio, Virgínia e Iowa.

Alguns analistas de mercado preveem cenários apocalípticos se um candidato em particular vencer --previsões que normalmente refletem suas inclinações políticas mais do que qualquer outra coisa.

Mas os mercados odeiam incertezas, e uma eleição presidencial dos EUA sem resultado claro seria a maior delas.

Poucos investidores de ambos os lados querem uma repetição da disputa prolongada que se seguiu à eleição de 2000 entre Al Gore e George W. Bush.

"Se acordarmos na manhã da quarta-feira e não soubermos os resultados, isso também atrasa a negociação do 'abismo fiscal', que é a próxima coisa mais importante na nossa agenda", disse o diretor da Lazard Capital Markets em Nova York, Art Hogan.

Os mercados estão aterrorizados com esse próximo passo para os EUA --tentando descobrir como evitar o abismo fiscal, ou 600 bilhões de dólares em aumentos de impostos e cortes de gastos que poderiam afundar a economia norte-americana.

O mercado de ações "tem ficado sem rumo ao longo das últimas semanas, por causa da incerteza sobre como as políticas fiscal e tributária serão no próximo ano", avaliou o diretor de estratégia de investimentos da Contango Capital Advisors em San Francisco, Perry Piazza.

"Você pode argumentar que simplesmente acabar com a incerteza pode levar a um certo rali de alívio", completou.


Muitos dizem acreditar que o maior movimento aconteceria com uma vitória de Romney. "Acho que o mercado está esperando uma vitória de Obama, então penso que a coisa mais importante é que você não terá uma grande resposta se tivermos uma vitória de Obama", disse à Reuters o estrategista-chefe de ações nos EUA da UBS Securities, Jonathan Golub.

Novo chefe para o FED?

Uma preocupação nos mercados é que uma vitória de Romney coloque em xeque o futuro do atual presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke.

Romney já disse que substituiria Bernanke, cujas políticas monetárias têm sido o pilar dos ganhos com títulos dos EUA e ações nos últimos anos.

O índice acionário de referência S&P 500 subiu 67 por cento desde que Obama tomou posse --um dos mais impressionantes ganhos da história em bolsa sob um único presidente.

Apesar de um rebaixamento do rating de crédito dos EUA pela agência Standard and Poor's em agosto de 2011, por exemplo, os yields (rendimentos) sobre o valor de referência do título de 10 anos do Tesouro atingiu mínimas históricas em julho passado.

Os retornos acumulados para todos os vencimentos de todos os títulos do Tesouro dos EUA estão em 14 por cento desde que Obama assumiu o cargo, de acordo com dados do Barclays.

Uma vitória de Romney poderia elevar a volatilidade da taxa de juros, com uma nova administração desafiando as atuais políticas do Fed, avaliou o co-presidente e diretor de investimentos da OmniVest Group LLC, em Princeton, Nova Jersey, Tom Sowanick.

Mas se Obama receber um mandato para mais quatro anos na Casa Branca, acrescentou Sowanick, a atual política de "quantitative easing" (compra de ativos) poderá ser acelerada.

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