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PicPay quase dobra lucro de 2023 no 1º sem: “combinação perfeita entre crescimento e rentabilidade”

Diretor de RI reforça que empresa deve continuar avançando além do lucro de R$ 62 mi nos seis primeiros meses de 2024

PicPay: empresa reporta lucro de R$ 62 milhões no 1º semestre (Rogério Cassimiro/Divulgação)

PicPay: empresa reporta lucro de R$ 62 milhões no 1º semestre (Rogério Cassimiro/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 05h00.

Depois de anunciar seu primeiro lucro anual no final de 2023, o PicPay dobrou a meta – literalmente. A plataforma financeira registrou um lucro líquido de R$ 62 milhões no primeiro semestre deste ano, quase o dobro dos R$ 37 milhões apurados em todo o ano passado. No mesmo período de 2023, a fintech do grupo J&F lucrou R$ 2,5 milhões.

Como outras fintechs, o PicPay foi pressionado a mudar de rota e abandonar a estratégia de queima de caixa a partir de 2022, quando os juros começaram a subir nos Estados Unidos e a paciência dos investidores para promessas de retorno se esgotou. Com foco em rentabilidade, a companhia entregou seu primeiro resultado anual no azul ao final de 2023.

Na fase atual, mais madura, o foco é capturar o melhor dos dois mundos. “Nosso principal norte é a combinação perfeita entre alto crescimento e rentabilidade. E esse resultado traduz isso”, afirmou André Cazotto, diretor de RI, M&A e estratégia do PicPay, em entrevista à EXAME

A receita do PicPay foi de R$ 2,4 bilhões no período, um crescimento de 50% em 12 meses. Já o retorno sobre patrimônio (ROE), subiu 17 pontos percentuais (p.p.), para 17,6%. O indicador é um dos mais observados no setor bancário por indicar a capacidade dos bancos em rentabilizar seu capital.

A arrancada nos números, segundo Cazotto, é a continuação da estratégia do PicPay em ir além de suas origens como carteira digital e entregar um ecossistema financeiro completo aos clientes – que inclui serviços tradicionais de banking, como a concessão de crédito. O foco é o cross-sell entre os diferentes produtos, aumentando a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) da plataforma. A ARPAC do PicPay cresceu 40%, alcançando R$ 35.

“A expectativa é acelerar ainda mais o crescimento das demais verticais de negócio para que ela consiga ganhar participação sobre a carteira digital. O desafio é alcançar um equilíbrio”, explicou.

A carteira total de crédito do PicPay somou, ao final do semestre, R$ 6 bilhões – aumento de 62% em comparação ao fechamento do primeiro trimestre. A originação de empréstimos, por sua vez, alcançou R$ 2,7 bilhões, avanço de 230% em 12 meses. A inadimplência curta, de 15 a 90 dias, foi de 3,94% no período.

Para além das soluções para pessoa física, o PicPay tem a ambição de fortalecer a frente PJ, que hoje representa apenas 3% do faturamento da empresa. O volume total de pagamentos (TPV) da adquirência, que inclui também as transações via QR code, Pix e wallet, fechou o período em R$ 17,4 bilhões, um avanço de 35% na comparação com o primeiro semestre.

Com diversas frentes do resultado apontando para cima, Cazotto reforça que a empresa está cada vez mais preparada para o sonho antigo de abrir capital na bolsa com uma oferta pública inicial de ações (IPO). “Não é segredo que faz parte do nosso plano estratégico. Estamos esperando o momento certo, mas estamos tranquilos. A companhia consegue caminhar com o próprio balanço.”

O aplicativo do PicPay atingiu 57 milhões de contas, posicionando a empresa como 7º maior banco em número de clientes do país.

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