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PIB reforça otimismo e mercado acredita em 4º trimestre ainda melhor

Crescimento de 0,6% veio acima das projeções de analistas, que esperavam expansão de 0,4%

Construção: setor teve segunda expensão após 20 trimestres em queda (iStock/Thinkstock)

Construção: setor teve segunda expensão após 20 trimestres em queda (iStock/Thinkstock)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 17h09.

Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 17h51.

Foi com bons olhos que o mercado recebeu a notícia de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6% no terceiro trimestre . Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3), o resultado veio acima das expectativas de expansão de 0,4% no período frente ao segundo trimestre do ano.

Estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, viu o dado como “superpositivo”. “Não se esperava tanto crescimento, já que a expectativa maior era para o quarto trimestre.” 

Laatus chama a atenção para a estimativa de aumento do PIB para 2019, que era de 0,99% no último Boletim Focus, que segundo ele, deve ser revisada para 1,2%. “Mas eu diria que pode chegar até 1,4%”, disse. 

A expectativa de melhora no último trimestre do ano também é compartilhada pela XP Investimentos. “Os principais indicadores disponíveis até o momento (vendas de veículos, produção de papel e consumo de energia) sugerem que a atividade econômica continuará caminhando bem no quarto trimestre, podendo ganhar mais tração”, escreveu a equipe de análise da corretora em relatório a clientes.

Já Sandra Peres, analista da Terra Investimentos, destaca o setor de construção, que teve expansão de 1,3% frente ao último trimestre - a segunda alta depois de vinte trimestres de queda. 

Esse aumento, de acordo com ela, contribuiu para a valorização das ações de empresas do segmento na Bolsa. A cerca de duas horas do fim do pregão desta terça, os papéis da MRV, Direcional, Tecnisa e EZ TEC subiam 6,99%, 2,78%, 2,65% e 3,49%, respectivamente.

Apesar da alta do setor, o principal índice da Bolsa, o Ibovespa ficava praticamente estável, após permanecer em queda pela maior parte do pregão.

No radar para a queda está a ameaça feita por Donald Trump de aumentar as tarifas sobre produtos franceses, abrindo mais uma frente de combate comercial, agora com a União Europeia.

“Se não fosse pelo resultado do PIB, a Bolsa estaria caindo mais, tendo em vista a pressão externa”, afirmou Jefferson Laatus. Nesta terça, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,63%. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e o Nasdaq Composite recuavam 0,98% por volta das 16h. 

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