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PIB dos EUA, balanços de big techs, Petrobras, e Reforma Tributária: os assuntos que movem o mercado

Investidores também acompanham de perto a divulgação do PCE dos Estados Unidos e a repercussão do resultado de Vale e Meta

Radar: mercado acompanha PIB e PCE dos Estados Unidos (fotog/Getty Images)

Radar: mercado acompanha PIB e PCE dos Estados Unidos (fotog/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 25 de abril de 2024 às 08h33.

Última atualização em 26 de abril de 2024 às 08h50.

Com exceção do índice europeu FTSE 100, todos as bolsas da Europa e dos Estados Unidos recuam no pré-mercado desta quinta-feira, 25. No Brasil, o Ibovespa futuro também cai. Na Ásia, os mercados fecharam mistos. O dia promete ser agitado com a divulgação de indicadores econômicos importantes nos EUA, balanços de big techs, repercussão de números fracos de Vale (VALE3) e Meta, além da reação do mercado à Reforma tributária.

PIB e PCE dos Estados Unidos

Nesta quinta-feira, 25, há a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), principal indicador da inflação americana, do primeiro trimestre de 2024. Os números poderão dar sinais sobre os próximos movimentos da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), já que servem como termômetro da economia americana.

Após um índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acima das expectativas e discursos do presidente do Fed, Jerome Powell, o mercado agora estima que haja apenas um ou dois cortes de juros neste ano por lá, em setembro e/ou dezembro. Apesar disso, economistas consultados pela LSEG esperam que o PIB do 1T24 fique em 2,4%, o que mostraria uma desaceleração da economia americana. Haverá também a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA.

Repercussão de balanços de Meta e Vale (VALE3)

O mercado também repercute hoje balanços do dia anterior. Nos EUA, Meta foi o destaque (negativo) após projeções de vendas futuras para o segmento semestre não atenderem às expectativas. A empresa agora espera gerar entre US$ 36,5 bilhões e US$ 39 bilhões em vendas, abaixo dos US$ 38,2 bilhões previstos pelos analistas. No pré-mercado, às 8h, os papéis recuava 13,68%. Nesta quinta, haverá a divulgação dos balanços de Microsoft e Alphabet.

Por aqui, investidores repercutem o balanço de Vale (VALE3). A companhia reportou um lucro 13% menor no 1T24, o que pode fazer preço no pregão de hoje. Os resultados apontaram para um de US$ 1,679 bilhão no período, queda de 9% ante 1T23 e 31% a menos na comparação trimestral. Às 11h, a companhia fará sua teleconferência para comentar os resultados. Hoje, também haverá os balanços de Cielo (CIEL3), Klabin (KLBN11) e Multiplan (MULT3).

Investidores acompanham de perto, inclusive, Cielo, após acionistas da companhia negarem, na terça-feira, 23, a necessidade de um segundo parecer de avaliação na oferta pública de aquisição de ações (OPA) proposta por Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). Com essa decisão, fica aberta a possibilidade de a empresa de adquirência encerrar seu capital.

Desdobramentos Reforma Tributária

Outro driver que deve movimentar o mercado é a entrega, na tarde de ontem, do projeto de lei complementar que regulamenta a Reforma Tributária ao Congresso. Após o envio, Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, anunciou que a alíquota do imposto sobre valor agregado (IVA) proposto na reforma ficará entre 25,7% e 27,3%, com uma média provável de 26,5%.

O PLC estabelece o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS). Conhecida como Lei Geral do IBS, da CBS e do Imposto Seletivo. A medida abrange a maioria das diretrizes que regulamentam a Emenda Constitucional (EC) 132, aprovada em dezembro de 2023 pelo Congresso, que reforma o sistema tributário relacionado ao consumo.

Reunião da Petrobras (PETR4)

A Petrobras (PETR4) realiza nesta quinta sua tão aguardada Assembleia Geral Ordinária (AGO) e Extraordinária (AGE), envolta em expectativas sobre a distribuição de dividendos extraordinários no valor total de R$ 43,9 bilhões e a composição dos novos membros do Conselho de Administração da empresa. No total, 14 candidatos disputam 10 vagas.

Um dos assuntos mais controversos em pauta é a distribuição dos dividendos extraordinários. Nas últimas semanas, o tema causou uma séria divergência entre a direção da Petrobras e o Ministério de Minas e Energia (MME). A diretoria da empresa propôs distribuir 50% desses recursos adicionais, o que não foi aceito pelos representantes do governo no Conselho. Por outro lado, os indicados pelos acionistas minoritários defendem a distribuição integral dos 100%. Caso houvesse a distribuição integral dos dividendos extraordinários, o governo embolsará cerca de R$ 12 bilhões.

Oferta de compra da Anglo American

Na Europa, a maior empresa de mineração do mundo, BHP, ofereceu US$ 39 bilhões para adquirir a concorrente Anglo American. Essa oferta representa um potencial marco no setor em mais de uma década, com a fusão das duas empresas resultando na maior mineradora do planeta. Como reflexo, as ações da Anglo American registraram uma valorização de 12% na manhã de quinta.

A Anglo American, que tem um valor de mercado avaliado em 27 bilhões de euros (equivalente a US$ 34 bilhões), anunciou na quarta-feira, 24, ter recebido uma oferta para uma fusão acionária completa. Segundo a companhia, a proposta da BHP inclui também a condição de que a Anglo separe suas participações em unidades de platina e minério de ferro na África do Sul.

Por lá, investidores também acompanham a divulgação de balanços de grandes bancos. O Barclays anunciou um lucro antes de impostos de 2,28 bilhões de libras no 1T24, abaixo dos 2,6 bilhões de libras registrados no mesmo período do ano anterior. Apesar da redução, o resultado superou as previsões dos analistas consultados pelo banco britânico, que estimavam um lucro de 2,19 bilhões de libras.

Já o BNP Paribas divulgou um lucro líquido de 3,10 bilhões de euros no primeiro trimestre, uma redução de 2,2% em relação aos 3,17 bilhões registrados no mesmo período de 2023. A receita do banco francês também apresentou uma leve diminuição de 0,4%, totalizando 12,48 bilhões de euros na comparação anual.

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