Boletim Focus: Mercado estima queda de mais de 5% do PIB brasileiro em 2020 (Cesar Okada/Getty Images)
Repórter
Publicado em 5 de dezembro de 2023 às 08h33.
Última atualização em 5 de dezembro de 2023 às 09h38.
Investidores locais iniciaram esta terça-feira, 5, à espera da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil referente ao terceiro trimestre.
O consenso para o PIB do terceiro trimestre é de contração de 0,2%, com alta anual de 1,9%. O patamar, se confirmado, irá representar uma desaceleração em relação ao do segundo trimestre, em que o PIB registrou alta anual de 3,4%, superando as estimativas de 2,4%,
Com uma visão ligeiramente mais pessimista que o mercado, o economista André Perfeito espera uma retração trimestral de 0,3%. "Apesar do resultado ruim na margem isso não é de forma alguma um desastre". O efeito de carrego, pelas suas projeções, que consideram um PIB com variação nula para o quarto trimestre, deverá levar o país a fechar o ano com um crescimento de 2,93%. "Como podemos ver a situação não é de forma alguma fora do lugar", disse em nota.
No cenário internacional, os principais índices de ações operam sem uma direção definida, ainda de ressaca das fortes altas registradas no mês passado. No centro das atenções seguem as perspectivas de quando o Federal Reserve dará início ao ciclo de corte de juros.
Dados fortes de atividade econômica e emprego, no entanto, tende a jogar contra as previsões mais otimistas do mercado, de que o novo ciclo começará ainda no primeiro trimestre de 2024. Nesta terça, as atenções estarão com os Índices de Gerente de Compras (PMIs, na sigla em inglês) e nos números de oferta de empregos JOLTs, previstos para o meio-dia (no horário de Brasília).
O consenso para o JOLTs é de uma oferta de 9,3 milhões de vagas em outubro contra 9,553 milhões do mês anterior. Para os PMIs, a projeção é de que fiquem ligeiramente acima da linha dos 50 pontos que divide a contração da expansão da atividade.
Enquanto no Ocidente o clima nos mercados é misto, na Ásia o tom foi amplamente negativo nesta madrugada. Índices de Xangai caíram mais de 1%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 2%. As quedas tiveram como pano de fundo a revisão da nota de crédito do governo da China pela Moody's, que cortou sua perspectiva para "negativa". Sua nota anterior era "A1" com perspectiva "estável"
"A alteração das perspectivas também reflete o aumento dos riscos relacionados com uma redução estrutural e persistente crescimento económico a médio prazo e a redução em curso do setor imobiliário", justificou a Moody's.