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PIB do 4º trimestre e payroll de fevereiro: o que move o mercado

Investidores devem repercutir a notícia de que o governo federal vai zerar a alíquota de importação de diversos alimentos

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 7 de março de 2025 às 07h22.

Nesta sexta-feira, 7, os mercados estarão atentos a uma série de indicadores econômicos e eventos importantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. 

No Brasil, o dia começa com a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2024, às 9h — o mercado espera a confirmação de um crescimento de 3,5% no ano passado. Mais tarde, às 15h, serão publicados os dados da balança comercial de fevereiro. Além disso, a Fenabrave divulgará os dados de emplacamentos de veículos de fevereiro.

Nos Estados Unidos, o destaque será a divulgação do Payroll de fevereiro, às 10h30, que trará uma visão sobre o mercado de trabalho americano. O Federal Reserve também terá grande destaque com uma série de discursos de suas autoridades ao longo do dia, incluindo Michelle Bowman, John Williams e Jerome Powell.

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma visita a um assentamento do MST em Minas Gerais durante o período da manhã, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será entrevistado no podcast Flow às 19h.

Ao longo do dia, os investidores também devem repercutir a notícia de que o governo federal vai zerar a alíquota de importação de diversos alimentos, entre eles carne, café e açúcar. A cesta básica também terá sua tributação zerada. 

Estados Unidos

Os futuros das ações americanas estavam em alta na manhã desta sexta-feira, enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados do Payroll de fevereiro. Economistas projetam a criação de 170.000 vagas e uma taxa de desemprego estável em 4%.

Os contratos futuros ligados ao Dow Jones subiram 0,15%, enquanto os futuros do S&P 500 avançaram 0,28% e os do Nasdaq 100 ganharam 0,42%. Essa recuperação vem após um dia turbulento na quinta-feira, quando os principais índices voltaram a cair após o presidente Donald Trump anunciar concessões nas tarifas de importação.

Mercados asiáticos

Os mercados da região da Ásia e do Pacífico recuaram nesta sexta-feira, acompanhando as perdas de Wall Street na véspera. O Nikkei 225 do Japão liderou as quedas, caindo 2,17%, enquanto o Topix recuou 1,56%. 

Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,49%, e o Kosdaq, 0,98%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 1,81%, atingindo o menor nível em seis meses. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,57%, enquanto o CSI 300 da China caiu 0,31%.

A pressão veio de dados fracos de exportação da China, que cresceram apenas 2,3% no acumulado de janeiro e fevereiro, bem abaixo da expectativa de 5%. O cenário global também pesou, com temores sobre os impactos das tarifas na economia americana.

Títulos japoneses disparam

Os yields dos títulos do governo japonês (JGBs) de longo prazo atingiram os maiores níveis desde a crise financeira de 2008. O JGB de 20 anos subiu para 2,25%, enquanto o JGB de 30 anos avançou para 2,556%. Já o yield do JGB de 10 anos – referência para os juros de longo prazo no Japão – chegou a 1,538%, o maior patamar desde 2009.

A alta reflete a crescente expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) antecipe o início do seu ciclo de alta de juros, além do aumento dos gastos com defesa no país. Em entrevista à CNBC, Hirofumi Suzuki, estrategista-chefe de câmbio do Sumitomo Mitsui Banking Corporation, destacou que os juros dos títulos japoneses também estão subindo devido à valorização dos Bunds alemães e ao crescimento dos gastos militares da Alemanha.

Mercado europeu

Os mercados europeus abriram em queda nesta sexta-feira, refletindo uma semana volátil marcada por mudanças nas políticas de tarifas dos EUA, a última redução de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), reformas fiscais na Alemanha e um aumento nos gastos com defesa na região.

O índice Stoxx 600 caiu 0,8% às 8h30 (horário do Reino Unido), com ações de varejo e bens de consumo apresentando as maiores perdas. O setor de luxo também teve desempenho ruim, com Richemont e Burberry caindo cerca de 4%, enquanto o índice Stoxx Europe Luxury recuou 2,4%. Aumento nas tarifas de importação dos EUA pode prejudicar a demanda dos consumidores e elevar os preços desses produtos.

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