Redatora na Exame
Publicado em 7 de março de 2025 às 07h22.
Nesta sexta-feira, 7, os mercados estarão atentos a uma série de indicadores econômicos e eventos importantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
No Brasil, o dia começa com a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2024, às 9h — o mercado espera a confirmação de um crescimento de 3,5% no ano passado. Mais tarde, às 15h, serão publicados os dados da balança comercial de fevereiro. Além disso, a Fenabrave divulgará os dados de emplacamentos de veículos de fevereiro.
Nos Estados Unidos, o destaque será a divulgação do Payroll de fevereiro, às 10h30, que trará uma visão sobre o mercado de trabalho americano. O Federal Reserve também terá grande destaque com uma série de discursos de suas autoridades ao longo do dia, incluindo Michelle Bowman, John Williams e Jerome Powell.
No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma visita a um assentamento do MST em Minas Gerais durante o período da manhã, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será entrevistado no podcast Flow às 19h.
Ao longo do dia, os investidores também devem repercutir a notícia de que o governo federal vai zerar a alíquota de importação de diversos alimentos, entre eles carne, café e açúcar. A cesta básica também terá sua tributação zerada.
Os futuros das ações americanas estavam em alta na manhã desta sexta-feira, enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados do Payroll de fevereiro. Economistas projetam a criação de 170.000 vagas e uma taxa de desemprego estável em 4%.
Os contratos futuros ligados ao Dow Jones subiram 0,15%, enquanto os futuros do S&P 500 avançaram 0,28% e os do Nasdaq 100 ganharam 0,42%. Essa recuperação vem após um dia turbulento na quinta-feira, quando os principais índices voltaram a cair após o presidente Donald Trump anunciar concessões nas tarifas de importação.
Os mercados da região da Ásia e do Pacífico recuaram nesta sexta-feira, acompanhando as perdas de Wall Street na véspera. O Nikkei 225 do Japão liderou as quedas, caindo 2,17%, enquanto o Topix recuou 1,56%.
Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,49%, e o Kosdaq, 0,98%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 1,81%, atingindo o menor nível em seis meses. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,57%, enquanto o CSI 300 da China caiu 0,31%.
A pressão veio de dados fracos de exportação da China, que cresceram apenas 2,3% no acumulado de janeiro e fevereiro, bem abaixo da expectativa de 5%. O cenário global também pesou, com temores sobre os impactos das tarifas na economia americana.
Os yields dos títulos do governo japonês (JGBs) de longo prazo atingiram os maiores níveis desde a crise financeira de 2008. O JGB de 20 anos subiu para 2,25%, enquanto o JGB de 30 anos avançou para 2,556%. Já o yield do JGB de 10 anos – referência para os juros de longo prazo no Japão – chegou a 1,538%, o maior patamar desde 2009.
A alta reflete a crescente expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) antecipe o início do seu ciclo de alta de juros, além do aumento dos gastos com defesa no país. Em entrevista à CNBC, Hirofumi Suzuki, estrategista-chefe de câmbio do Sumitomo Mitsui Banking Corporation, destacou que os juros dos títulos japoneses também estão subindo devido à valorização dos Bunds alemães e ao crescimento dos gastos militares da Alemanha.
Os mercados europeus abriram em queda nesta sexta-feira, refletindo uma semana volátil marcada por mudanças nas políticas de tarifas dos EUA, a última redução de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), reformas fiscais na Alemanha e um aumento nos gastos com defesa na região.
O índice Stoxx 600 caiu 0,8% às 8h30 (horário do Reino Unido), com ações de varejo e bens de consumo apresentando as maiores perdas. O setor de luxo também teve desempenho ruim, com Richemont e Burberry caindo cerca de 4%, enquanto o índice Stoxx Europe Luxury recuou 2,4%. Aumento nas tarifas de importação dos EUA pode prejudicar a demanda dos consumidores e elevar os preços desses produtos.