Donald Trump: presidente anunciou um processo de reabertura gradual com uma série de recomendações aos governadores (Jonathan Ernst/Reuters)
Victor Sena
Publicado em 17 de abril de 2020 às 06h57.
Última atualização em 17 de abril de 2020 às 07h01.
Economia na China, saúde nos Estados Unidos e no Brasil. Estes tendem a ser os destaques de investidores e analistas nesta sexta-feira, no esforço diária de mapear a força de propagação do novo coronavírus.
Na noite desta quinta-feira o governo chinês anunciou que o PIB do país recuou 6,8% no primeiro trimestre, a primeira queda desde o início das medições oficiais, em 1992. O número veio pouco acima da queda média prevista de 6,5% por analistas internacionais e reverte um avanço de 6% visto no último trimestre do ano passado. O motor da economia global, que já vinha dando sinais de perda de potência nos últimos anos, andou para trás de vez.
Uma esperança veio dos dados industriais de março, acima do esperado por analistas, o que pode sugerir que os pacotes de estímulo já começam a fazer efeito na China. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o país deve avançar no segundo semestre o suficiente para fechar 2020 com um crescimento de 1,2% -- para isso, vai depender do ritmo de avanço da pandemia no Ocidente.
Nos Estados Unidos, o grande tema do dia é um plano de reabertura para os estados que pode valer já a partir de hoje. Ontem, o presidente, Donald Trump, anunciou um processo de reabertura gradual com uma série de recomendações aos governadores – mais uma vez Trump tentou se esquivar de possíveis consequências negativas do processo.
Ontem os Estados Unidos tiveram o dia mais letal desde o início da pandemia, com 4.591 mortes. O país já tem 670.000 casos da covid-19.
No Brasil, o dia será de atenção às primeiras medidas concretas do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciado no fim da tarde de ontem. Qualquer medida contra o isolamento horizontal da população pode trazer uma nova leva de instabilidade aos investidores. O Ibovespa caiu 1,3% ontem.
Na Ásia, a sexta-feira foi de alta nas bolsas. Tóquio subiu 3,15%, Hong Kong, 1,56%, e Xangai avançou 1,6%, num sinal de que o recuo chinês já estava precificado. Na Europa os principais índices abriram em alta de mais de 3%.