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Petróleo tem baixa de 1,01% com temor de abismo fiscal

Abismo fiscal voltou a assombrar os mercados, apesar de dados econômicos positivos dos EUA


	Barril do Brent para janeiro registrou desvalorização de 1,45%
 (Getty Images)

Barril do Brent para janeiro registrou desvalorização de 1,45% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 18h11.

Nova York - Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange fecharam em queda nesta quinta-feira, pressionados pelos receios com o chamado abismo fiscal nos Estados Unidos e após a agência de classificação de risco Standard & Poor's ter rebaixado a perspectiva para o rating do Reino Unido.

O contrato de petróleo para janeiro perdeu US$ 0,88 (1,01%) e fechou a US$ 85,89 o barril. Na plataforma eletrônica ICE, o barril do petróleo do tipo Brent para janeiro recuou US$ 1,59 (1,45%), terminando a US$ 107,91.

O entusiasmo visto na sessão anterior nos mercados financeiros, logo após a decisão do Federal Reserve (Fed) de continuar fornecendo estímulos à economia dos EUA, foi apagado à medida que a questão do abismo fiscal voltou ao centro das atenções. O próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, afirmou que o problema pode causar impactos econômicos que fugiriam do alcance das ações do banco central.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, voltou a dizer que o presidente norte-americano, Barack Obama, não está levando a sério os cortes nos gastos do governo. Ele acusou a Casa Branca de "levar a economia em passo lento". "É claro que o presidente não está levando a sério os cortes nos gastos, mas os gastos públicos são o verdadeiro problema", disse. Ele afirmou ainda que o Congresso nunca vai abrir mão do poder sobre o orçamento.


Os indicadores econômicos dos EUA divulgados mais cedo não conseguiram injetar otimismo nos mercados. O número de pedidos de auxílio-desemprego diminuiu para 343 mil na semana passada, melhor do que a queda para 367 mil prevista pelos economistas. O índice de preços ao produtor (PPI) caiu 0,8% em novembro ante outubro, uma queda maior do que a de 0,5% esperada. Os estoques das empresas aumentaram 0,4% em outubro ante setembro, em linha com o esperado. No entanto, as vendas no varejo cresceram 0,3% em novembro ante outubro, abaixo da estimativa de 0,5%.

Enquanto isso, na Europa, os ministros das Finanças da zona do euro concordaram em desembolsar 49,1 bilhões de euros para a Grécia, sendo cerca de 34,4 bilhões de euros ainda neste mês. Antes disso, os ministros haviam chegado a um consenso para a criação do supervisor bancário europeu, cujo papel será desempenhado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Durante a tarde a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a perspectiva para o rating AAA do Reino Unido de "estável" para "negativa", devido aos receios com a crescente dívida pública do país e os temores com a recuperação econômica.

"Eu acho que até nós termos um acordo sobre o debate em relação ao orçamento dos EUA, todos os ralis do petróleo serão limitados", afirma Gene McGillian, corretor e analista da Tradition Energy. "Todo mundo está esperando alguma coisa boa acontecer (em relação ao debate fiscal)", acrescenta Carl Larry, analista da Oil Outlooks & Opinions. As informações são da Dow Jones.

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