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Petróleo seguirá em alta até 2029, com EUA impulsionando demanda, diz IEA

Mesmo com desaceleração da China e conflitos no Oriente Médio, Agência Internacional de Energia aponta crescimento no consumo do petróleo até 2030

Petróleo: demanda do combustível deve crescer até 2023, diz agência (Olga Rolenko/Getty Images)

Petróleo: demanda do combustível deve crescer até 2023, diz agência (Olga Rolenko/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 17 de junho de 2025 às 06h52.

Mesmo com a expectativa de que a China atinja seu pico de consumo em 2027, a demanda global por petróleo deve continuar crescendo até o final da década. A avaliação é da Agência Internacional de Energia (IEA), que atribui essa tendência ao consumo aquecido nos Estados Unidos, impulsionado por combustíveis mais baratos e pela adoção mais lenta de veículos elétricos.

Segundo o novo relatório anual da IEA, divulgado pela Reuters, o consumo mundial deve atingir 105,6 milhões de barris por dia em 2029. A partir de 2030, começa uma leve queda. Enquanto isso, a capacidade de produção deve seguir expandindo, com projeção de 114,7 milhões de barris por dia no início da próxima década.

A agência, que assessora países desenvolvidos em política energética, mantém a previsão de pico na demanda global nos próximos anos, em contraste com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que continua projetando crescimento contínuo no consumo e ainda não fala em declínio.

Instabilidade geopolítica no Oriente Médio

A tensão crescente no Oriente Médio voltou a colocar em risco a estabilidade dos preços. Na sexta-feira, 13, o conflito entre Israel e Irã elevou os preços dos barris de petróleo, com alta de 5%, superando os US$ 74. Apesar disso, a IEA avalia que, sem interrupções graves, o mercado deve seguir bem abastecido até o fim da década.

“Os fundamentos indicam um mercado com oferta sólida nos próximos anos, mas os últimos acontecimentos mostram como a segurança energética global segue vulnerável a choques geopolíticos”, afirmou o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol à Reuters.

A projeção para 2024 aponta um crescimento da demanda de 720 mil barris por dia, ligeiramente abaixo da estimativa anterior. Já a produção deve avançar 1,8 milhão de barris por dia, revisão otimista levando em conta o aumento ne oferta do grupo Opep+.

China desacelera, EUA avança

Após décadas liderando o avanço no consumo global de petróleo, a China começa a perder fôlego. Com a rápida expansão dos veículos elétricos, além de investimentos em transporte ferroviário de alta velocidade e caminhões movidos a gás natural, o país deve atingir seu pico de consumo em 2027. Até 2030, o uso de petróleo por lá será apenas um pouco maior do que o registrado em 2024.

Entretanto, o caminho dos EUA segue na direção oposta. A menor adesão aos veículos elétricos e os preços mais baixos da gasolina fazem com que a IEA revise para cima a estimativa de demanda em 2030, com alta de 1,1 milhão de barris por dia em relação ao relatório anterior. A expectativa agora é que os elétricos respondam por apenas 20% das vendas de carros no país até o fim da década, abaixo dos 55% projetados no ano passado.

Desde seu retorno à presidência, Donald Trump tem reforçado a pressão sobre a Opep por preços mais baixos e adotado medidas contra os EVs. Entre elas, está a assinatura de resoluções que barram as exigências da Califórnia para ampliar a venda de veículos elétricos.

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