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Petróleo opera em baixa, em reação aos estoques dos EUA

Às 8h05 (de Brasília), o petróleo Brent para abril caía 0,99%, a US$ 34,07 o barril, na plataforma ICE, em Londres


	Plataforma de petróleo: às 8h05 (de Brasília), o petróleo Brent para abril caía 0,99%, a US$ 34,07 o barril, na plataforma ICE, em Londres
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Plataforma de petróleo: às 8h05 (de Brasília), o petróleo Brent para abril caía 0,99%, a US$ 34,07 o barril, na plataforma ICE, em Londres (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 10h19.

Londres - Os contratos futuros de petróleo operam em baixa na manhã desta quinta-feira, após a divulgação do dado de estoques da commodity nos Estados Unidos na tarde de ontem.

O dado foi o mais recente sinal de excesso de oferta no mercado, o que tem pressionado os preços há quase dois anos.

Às 8h05 (de Brasília), o petróleo Brent para abril caía 0,99%, a US$ 34,07 o barril, na plataforma ICE, em Londres. O petróleo WTI para abril tinha queda de 0,50%, a US$ 31,99 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

Os estoques de petróleo dos EUA subiram 3,5 milhões de barris na semana passada, segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Logo após o dado, os investidores deram mais peso ao fato de que os estoques de gasolina tenham registrado um inesperado declínio de 2,2 milhões de barris, o que indicou demanda mais forte.

O estoque de petróleo total, porém, subiu a 507,6 milhões de barris, outra alta semanal e para um patamar 74 milhões de barris superior na comparação com o ano passado.

No dado mensal, que não se ajusta exatamente ao semanal, os estoques haviam excedido os 500 milhões de barris pela última vez em 1930.

"O mercado não tem novos catalisadores e por isso os operadores olham ainda principalmente para o dado de estoques de petróleo dos EUA", afirmou Barnabas Gan, analista de energia da OCBC. Segundo ele, o dado mais recente mostra que o quadro de excesso de oferta no mercado global continuará.

Os estoques podem aumentar ainda mais, no momento em que as refinarias dos EUA se preparam para a temporada regular de manutenções, o que geralmente reduz a demanda, disse Michael Poulsen, analista de petróleo da Global Risk Management.

O Bank of America Merrill Lynch afirmou que os estoques globais de petróleo aumentaram 800 milhões de barris, desde o início de 2014. O excesso de oferta e a demanda mais modesta fizeram os preços recuar cerca de 70% desde 2014.

Enquanto muitas companhias do setor lutam com os baixos preços e tiveram de cortar investimentos, a resistência dos produtores de xisto dos EUA superou as expectativas do mercado, segundo analistas.

A produção de petróleo dos EUA manteve-se acima de 9 milhões de barris ao dia nos últimos meses, apesar do recuo na atividade de prospecção. Na semana passada, a produção caiu marginalmente, 33 mil barris ao dia, para 9,1 milhões de barris por dia, segundo o DoE.

Ainda assim, segundo a consultoria JBC Energy, a produção dos EUA agora mostra evidências mais dignas de crédito de que os preços baixos começam a afetar o quadro.

Em nota aos clientes, a JBC lembra que, nesta época do ano passado, a produção dos EUA estava avançando, mas com o preço do barril US$ 20 mais barato o cenário agora é diferente. A consultoria prevê que os preços possam subir a US$ 50 o barril, nos próximos quatro meses.

Outros analistas, porém, mostram-se mais pessimistas quanto a isso. Segundo Tim Evans, da Citi Futures, sem uma redução substancial da oferta, ainda haverá excesso de petróleo no mercado, com estoques maiores e possivelmente preços ainda mais baixos. 

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