Petróleo: investidores temem que punições a Moscou possam afetar exportações russas da commodity (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 17h33.
São Paulo - Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, 23, impulsionados pela expectativa de maior demanda por energia com o começo da temporada de viagens nos Estados Unidos e pela preocupação com as eleições na Ucrânia no domingo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo para julho fechou em alta de US$ 0,61 (0,59%), a US$ 104,35 por barril. Na semana, o ganho foi de 2,28%.
O Brent para julho terminou com valorização de US$ 0,18 (0,16%), a US$ 110,54 por barril, na IntercontinentalExchange (ICE), em Londres. A alta acumulada na semana chegou a 0,72%.
De acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA), o fim de semana prolongado pelo feriado do Memorial Day, na segunda-feira, deve ter o maior número de pessoas viajando de carro para esta data nos EUA desde 2005, elevando a procura por combustível. Este fim de semana é considerado o início da temporada de viagens de verão nos EUA, embora a estação ainda não tenha começado oficialmente.
Além disso, um indicador de vendas de imóveis nos EUA melhor que o esperado também contribuiu para a valorização da commodity.
Em abril, as vendas de moradias novas no país subiram 6,4%, para 433 mil unidades, ante uma estimativa de acréscimo para 420 mil.
Outro fator que deu suporte ao petróleo foi o temor com a eleição presidencial na Ucrânia, marcada para este domingo. Líderes norte-americanos advertiram sobre novas sanções contra a Rússia se o país interferir na eleição ucraniana.
Investidores de petróleo temem que punições a Moscou possam afetar as exportações russas da commodity.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje, entretanto, que respeitará "a vontade do povo ucraniano" e trabalhará com quem quer que seja eleito.
"O prêmio de risco está mantendo os preços elevados, com o mercado preocupado com a violência crescente na Ucrânia antes do pleito de 25 de maio. Investidores também temem a deterioração da situação política na Líbia, Nigéria e Argélia", disse Phil Flynn, analista sênior de mercado da Price Futures Group, em Chicago.
Os EUA, além de União Europeia, França, Alemanha, Itália e Reino Unido, pediram uma solução política para o confronto na Líbia em um comunicado conjunto publicado nesta sexta-feira no site da embaixada dos EUA no país.
O texto diz que todos os lados devem resolver suas "diferenças por meios políticos" e pede a realização de eleições parlamentares "o mais breve possível".
Repsol e Total estão entre as companhias de petróleo ocidentais que já retiraram funcionários da Líbia temendo episódios de violência.
Com informações da Dow Jones Newswires.