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Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 14h29.
Nova York - Os contratos futuros de petróleo cederam os ganhos iniciais depois de a elevação dos estoques norte-americanos de petróleo ter atraído a atenção dos negociadores, desviando-a das revoltas que se desenrolam no Oriente Médio e no Norte da África. Às 14h10, o petróleo para entrega em abril era negociado em queda de US$ 0,09 (0,09%), a US$ 104,94 por barril, na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), depois de ter alcançado mais cedo a marca de US$ 105,92. Na plataforma ICE, porém, o petróleo Brent era negociado em alta de US$ 2,47 (2,18%), a US$ 115,53 por barril.
Segundo o Departamento de Energia dos EUA (DOE, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo bruto tiveram um crescimento de 2,516 milhões de barris na semana até 4 de março, para 348,891 milhões de barris; analistas consultados pela Dow Jones previam um crescimento menor, de 600 mil barris. No entanto, os estoques de gasolina tiveram queda de 5,494 milhões de barris na semana passada, para 229,214 milhões de barris, e os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo combustível para aquecimento, tiveram uma redução de 3,977 milhões de barris na semana passada, para 155,209 milhões de barris. Tais quedas nos estoques superaram as expectativas dos analistas e sinalizam a possibilidade de aumento da demanda, apesar da elevação do preço dos combustíveis.
Ao mesmo tempo, os estoques de petróleo bruto em Cushing (Oklahoma), ponto de entrega do petróleo negociado na Nymex, subiram 1,693 milhão de barris na semana passada, para o nível recorde de 40,263 milhões de barris. O excesso de estoque em Cushing pressionou para baixo o preço do petróleo WTI em relação ao Brent nas últimas semanas e o nível recorde anunciado hoje elevava a diferença entre os dois contratos a mais de US$ 10.
"Com os estoques em Cushing na casa dos 40 milhões de barris será difícil para que o WTI consiga alguma oportunidade diante do Brent", avalia Jim Ritterbusch, diretor da consultoria Ritterbusch and Associates. "Mas esses números já estão sendo ofuscados pela Líbia.
Em meio aos confrontos entre forças leais a Muamar Kadafi e grupos rebeldes, uma série de explosões ocorrida hoje na Líbia provocou incêndios nas proximidades de uma instalação petrolífera nos arredores de Ras Lanuf, um importante depósito de petróleo local. A violência reduziu a produção de petróleo do país norte-africano em 1 milhão de barris por dia e reduziu drasticamente o volume de exportações. Apesar de a Arábia Saudita ter prometido aumentar sua produção para fazer frente à redução de oferta, a possibilidade de disseminação do conflito pela região tem mantido o preço do barril de petróleo consistentemente acima dos US$ 100.
"Até que vejamos uma solução para o que acontece na Líbia ou sinais de conflito surgindo em outras partes do Oriente Médio, continuaremos em torno desse nível com alguma agitação durante a sessão", avalia Gene McGillian, operador e analista de mercado da Tradition Energy. As informações são da Dow Jones.