Equipamento de extração de petróleo: commodity bate maior preço desde 2014 | Foto: Daniel Acker/ Bloomberg (Daniel Acker/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 07h16.
Última atualização em 18 de janeiro de 2022 às 10h08.
Os primeiros negócios indicam grande apreensão entre investidores internacionais nesta terça-feira, 18, volta de feriado no mercado americano. Preocupações sobre a condução da política monetária do Federal Reserve seguem como pano de fundo das bolsas globais. Todos os principais índices de ações operam em queda no exterior, com exceção dos chineses, que fecharam em leve alta. O VIX, também conhecido como "índice do medo”, dispara quase 15%.
Perspectivas de aperto monetário mais duro do que o esperado na economia americana tem levado à abertura das taxas de juros futuras no país. Nesta manhã, o rendimento dos títulos de 10 anos chegou ao pico de dois anos, subindo mais de 6 pontos base.
A dinâmica de mercado se revela uma tempestade perfeita para os investidores de tecnologia. Isso porque a alta de juros tem um efeito devastador na avaliação dos papéis do setor, que costumam precificar estimativas de crescimento mais expressivas. O índice Nasdaq, com grande concentração das big techs, chega a cair mais de 2% no mercado de futuros.
A busca por dólar, por outro lado, permanece em alta, com investidores já visando os maiores retornos da renda fixa americana, considerada a mais segura do mundo. Como resultado, o dólar sobe contra moedas do mundo todo, de países emergentes e desenvolvidos.
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Temores sobre inflação e aperto monetário são reforçados pela valorização das commodities, negociadas em patamares historicamente elevados. Entre as que mais sobem está o petróleo brent, que superou a marca dos 87 dólares por barril, seu preço mais alto desde 2014.
Tensões no Oriente Médio são uma das razões para a recente valorização do petróleo. Na segunda-feira, 18, um ataque de rebeldes houthis matou três pessoas na capital dos Emirados Árabes, Abu Dhabi.
Enquanto economistas discutem juros e inflação, a agenda de balanços do quarto trimestre esquenta no exterior. Bank of America, Charles Schwab e Goldman Sachs estão entre os resultados mais aguardados do dia. No Brasil, as empresas divulgam suas prévias operacionais.
A MRV (MRVE3) registrou 2,4 bilhões de reais em vendas líquidas no quarto trimestre de 2021, estabelecendo um novo recorde para a companhia. No trimestre, as vendas fora do programa Casa Verde e Amarela representaram 46,1% das vendas, sendo que 21,7% veio dos Estados Unidos, por meio da AHS. O volume de lançamentos também foi o maior de sua história, de 3,24 bilhões de reais, no período.
A construtora Even (EVEN3) bateu 504 milhões de reais em vendas no quarto trimestre, totalizando 1,617 bilhão de reais em 2021. O número ficou 3% abaixo do registrado em 2020. Apesar da menor demanda, a oferta segue firme, com crescimento de 84% do volume de lançamentos para 2,893 bilhões de reais.
A EDP (ENBR3) reduziu em 1,5% o volume de energia distribuída no quarto trimestre. A queda foi puxada pela EDP São Paulo, que diminuiu em 3% sua distribuição. No ano, porém, o volume de energia distribuída cresceu 5,5%.
“Apesar do ambiente econômico desafiador advindo do aumento da taxa de juros, dos altos níveis de inflação e da redução da renda média per capita, o consumo de energia foi impulsionado pela retomada da atividade industrial comercial”, afirma a empresa.
A Clearsale (CLSA3) anunciou a compra da Beta Learning, especializada em serviços de desenvolvimento de softwares, com 110 funcionários e 97 da área técnica. A aquisição, segundo a Clearsale, visa o incremento do time em meio ao “cenário de escassez de mão de obra técnica”. O valor acertado pela companhia foi de 40,1 milhões de reais fixos mais 12,4 milhões reais, que pode variar dependendo das metas atingidas em 24 meses.
A gestora Alaska, dos gestores Henrique Bredda e Luiz Alves Paes de Barros, aumentou sua fatia na Cogna (COGN3) para 15,23% do capital social da empresa. O incremento da posição ocorre após as ações da companhia acumularem queda de 53,7% em um ano e de 84,7% nos últimos cinco anos. Os papéis fecharam o último pregão cotados a 2,17.