Invest

Petróleo deve cair para faixa de US$ 50 até o fim de 2025, avalia Eurasia

Rússia, Irã e Venezuela enfrentam pressões em suas produções, que juntas representam mais de 10% da oferta global

Para a Eurasia, a produção norte-americana deve continuar resiliente, mantendo-se em média entre 13,2 e 13,3 milhões de bpd ao longo de 2025 (AFP/AFP)

Para a Eurasia, a produção norte-americana deve continuar resiliente, mantendo-se em média entre 13,2 e 13,3 milhões de bpd ao longo de 2025 (AFP/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 06h04.

O desequilíbrio de oferta maior que a demanda poderá baixar o patamar de preço internacional do petróleo para a casa dos US$ 50 até o final deste ano. É o que conclui o Eurasia Group com base nos últimos eventos que têm jogado contra o preço da commodity. Na terça-feira, o barril do Brent fechou em queda pela terceira sessão seguida, a US$ 61, renovando as mínimas desde maio. Naquele mês, o petróleo chegou a ser negociado na casa dos US$ 50, o que não ocorria desde 2021.

A consultoria projeta o preço do barril entre US$ 55 e US$ 65, mantendo-se nesse nível até o primeiro trimestre de 2026. A previsão está alinhada com grandes instituições, incluindo a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA), que também projetam grande excesso de oferta e preços mais baixos no início do ano que vem.

China ajuda a absorver parte do excedente

Apesar do crescimento da demanda doméstica ter desacelerado em 2025, as importações chinesas de petróleo se mantiveram robustas ano a ano. Segundo a Eurasia, o movimento não se deve ao consumo interno, mas sim estocagem estratégica, com a China comprando o excedente e armazenando em grandes reservas domésticas.

Os estoques de petróleo bruto chineses não são divulgados oficialmente. No entanto, relatórios no final de 2024 indicavam que já ultrapassavam 1 bilhão de barris. Segundo a consultoria, a China tem importando cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) acima de suas necessidades desde o início do ano, o que sugere que seus estoques podem estar se aproximando de 1,3 bilhão de barris.

Produção americana resiliente

Mesmo com cortes na contagem de plataformas, redução de pessoal e de investimentos de capital, a produção americana permaneceu forte, atingindo 13,64 milhões de barris por dia em julho. A oferta ajudou a manter o preço médio da gasolina abaixo de US$ 3,50 por galão durante todo o ano.

Para a Eurasia, a produção norte-americana deve continuar resiliente, mantendo-se em média entre 13,2 e 13,3 milhões de bpd ao longo de 2025. No entanto, com o petróleo provavelmente se mantendo na faixa de US$ 55-65 até o primeiro trimestre de 2026, uma contração na produção americana é esperada no próximo ano à medida que as empresas se ajustam à nova realidade.

Risco geopolítico limitado

Rússia, Irã e Venezuela enfrentam pressões em suas produções, que juntas representam mais de 10% da oferta global, mas não devem provocar interrupções relevantes para o mercado.

Os ataques ucranianos à infraestrutura energética russa continuam, mas as exportações permanecem inalteradas. Embora a Índia tenha se comprometido a reduzir gradualmente as importações de petróleo russo, a Eurasia avalia ser improvável que faça isso rapidamente, enquanto a China poderia absorver o excedente.

No caso do Irã, ataques israelenses à infraestrutura de exportação são improváveis devido à pressão dos EUA. Além disso, sanções americanas dificilmente vão interromper o fluxo de petróleo para a China.

Já na Venezuela, os EUA devem aumentar a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, mas não devem atacar instalações de petróleo, em parte devido aos interesses de empresas privadas americanas em manter acesso ao petróleo venezuelano.

Acompanhe tudo sobre:PetróleoRússiaChinaEstados Unidos (EUA)IrãVenezuela

Mais de Invest

Dólar fecha em baixa a R$ 5,40 e acumula queda de 1,78% na semana

Fukunaga deixa presidência da Previ e será substituído por Márcio Chiumento

Após cotação histórica, prata recua mais de 6% e tem maior queda em seis meses

Ibovespa fecha acima dos 143 mil pontos e acumula alta de 1,93% na semana