Mercados

Petróleo cai em NY com Opep sinalizando não reduzir produção

"A Opep não pode continuar a defender um certo preço. Esse não é o único objetivo da Opep", disse o ministro Faraj al-Mazrouei


	Petróleo: na Nymex, contratos de petróleo bruto para fevereiro fecharam a US$ 46,07 por barril
 (Karen Bleier/AFP)

Petróleo: na Nymex, contratos de petróleo bruto para fevereiro fecharam a US$ 46,07 por barril (Karen Bleier/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 18h15.

Nova York - Os preços do petróleo caíram em New York depois de o ministro do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos voltar a defender a decisão da Opep, de novembro passado, de não reduzir a produção para sustentar os preços.

"A Opep não pode continuar a defender um certo preço. Esse não é o único objetivo da Opep", disse o ministro Faraj al-Mazrouei.

Falando durante um evento em Dubai, o ministro também disse que os preços vão levar tempo para se estabilizar, mas se isso vai demorar dois ou três anos dependerá de quão racionais os produtores são.

Segundo Al-Mazrouei, quem vai estabelecer um piso para os preços serão os produtores norte-americanos de petróleo de areia de xisto.

Também nesta terça-feira, 13, o Deutsche Bank reduziu sua previsão para o preço médio do petróleo Brent em 2015 para US$ 59,40 por barril, de US$ 72,50 por barril na previsão anterior, de dezembro; a previsão do Deutsche para o preço médio do petróleo produzido nos EUA foi rebaixada para US$ 55,40 por barril, de US$ 67,50 por barril na previsão anterior.

Não teve impacto no mercado o informe de que as exportações de petróleo da China cresceram 13,4% em dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2013, alcançando o nível recorde de 30,37 milhões de toneladas, equivalentes a 7,2 milhões de barris por dia.

"A falta de reação do mercado aos dados chineses indica que fatores de demanda não estão influindo neste momento, e que o fator dominante é a oferta", escreveram os analistas do Commerzbank.

Já o analista Ivan Szpakowski, do Citigroup, disse esperar que as importações de petróleo da China cresçam apenas 3% em 2015, devido à diminuição no ritmo de construção de novas refinarias.

Em seu relatório mensal sobre a perspectiva de curto prazo do mercado, a Agência de Informação de Energia do Departamento de Energia dos EUA (DoE) rebaixou sua previsão para o preço médio do petróleo norte-americano em 2015 para US$ 54,58 por barril, de US$ 62,75 por barril na previsão divulgada em dezembro.

Sua primeira previsão para o preço médio do petróleo em 2016 é de US$ 71.

A agência prevê que a oferta internacional média será de 92,97 milhões de barris por dia em 2015, enquanto o consumo médio deverá ser de 92,39 milhões de barris por dia.

Para 2016, o DoD prevê uma oferta global média de 93,51 milhões de barris por dia e um consumo médio de 93,42 milhões de barris por dia.

Embora alguns produtores norte-americanos tenham reduzido seus investimentos por causa da queda nos preços, o DoE prevê que a produção dos EUA crescerá para 9,31 milhões de barris por dia em 2015, de 8,67 milhões de barris por dia em 2014; para 2016, a previsão de produção é de 9,53 milhões de barris por dia.

Os analistas do Citigroup observaram que a Arábia Saudita está produzindo 9,5 milhões de barris por dia, o que deixa o país com uma capacidade ociosa de 3 milhões de barris por dia.

"Se a Arábia Saudita é sincera sobre abandonar seu papel de banco central do petróleo e permitir que o mercado atue como quiser, não há argumentos para o país manter esse enorme colchão de capacidade ociosa. Isso é um corolário de sua recente adesão à filosofia do livre mercado, e uma enorme preocupação para o mercado de petróleo", diz a nota.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para fevereiro fecharam a US$ 46,07 por barril, em queda de US$ 2,29 (4,74%).

Na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para fevereiro fecharam a US$ 46,59 por barril, em baixa de US$ 0,84 (1,77%). Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEnergiaPetróleoPreços

Mais de Mercados

Em ritmo intenso de expansão, Fleury compra laboratório em Campinas por R$ 130 milhões

Detalhes sobre o ajuste fiscal, isenção do IR e feriado nos EUA: os assuntos que movem o mercado

Colapso do governo? A crise política que abala os mercados na França

Dólar alcança nova máxima histórica e fecha a R$ 5,91