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Petróleo abaixo de US$50 reduz oferta de fora da Opep

Petróleo: a oferta de fora da Opep deve diminuir 600 mil barris por dia no próximo ano


	Petróleo: a oferta de fora da Opep deve diminuir 600 mil barris por dia no próximo ano
 (Thinckstock)

Petróleo: a oferta de fora da Opep deve diminuir 600 mil barris por dia no próximo ano (Thinckstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 09h27.

Paris - A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de na prática desistir de sua cota de produção e manter a oferta em alta é "um reconhecimento de facto da realidade atual no mercado de petróleo", mas há sinais de que começa a funcionar a estratégia do cartel de retirar do mercado concorrentes com custos mais altos, afirmou em relatório nesta sexta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

"Os preços mais baixos estão claramente cobrando um preço na oferta de fora da Opep, com o crescimento anual da oferta abaixo de 300 mil barris ao dia em novembro, de 2,2 milhões de barris ao dia no início deste ano", afirmou a agência.

A oferta de fora da Opep deve diminuir 600 mil barris por dia no próximo ano, diz a AIE, que aponta para uma queda na produção de xisto nos EUA, até então o motor do crescimento da oferta de fora do cartel.

Neste mês, a Opep não chegou a nenhum acordo para reduzir a produção, o que deixa seus membros produzindo a níveis próximos de recordes, em um mercado já com excesso de oferta.

O grupo, que desistiu há vários anos de cotas individuais de produção, em favor de uma cota de produção agregada, parece na prática também ter abandonado essa cota coletiva. A cota total, que havia sido estabelecida em 30 milhões de barris ao dia, tem sido superada rotineiramente pelos membros.

A AIE diz que a estratégia da Opep de não respeitar uma cota coletiva por ora não altera o status quo de sua oferta.

"Nós vemos apenas potencial limitado de alta, até que o Irã comece a acelerar a produção, contando que as sanções [contra Teerã por seu programa nuclear] sejam afrouxadas no próximo ano", diz a AIE, que assessora as maiores economias mundiais em suas políticas energéticas.

A agência sediada em Paris disse que o crescimento na demanda global deve desacelerar para 1,2 milhão de barris ao dia, após atingir 1,8 milhão de barris ao dia neste ano, já que o apoio trazido pela forte queda nos preços da commodity começa a diminuir. Indicadores iniciais para o quarto trimestre deste ano mostram que o crescimento na demanda deve desacelerar para 1,3 milhão de barris por dia, de um pico de 2,2 milhões de barris ao dia no trimestre anterior.

Os estoques comerciais dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ficaram em um recorde de quase 3 bilhões de barris no fim de setembro, recuaram pela primeira vez em sete meses em outubro, para 2,971 milhões de barris no fim do mês. Porém, conforme mais petróleo iraniano chega ao mercado, esses estoques devem aumentar 300 milhões de barris, calcula a AIE.

A oferta da Opep aumentou 50 mil em novembro, para 31,73 milhões de barris por dia, com a produção recorde do Iraque e a oferta maior do Kuwait compensando as perdas dos membros da africanos da entidade, aponta a AIE.

A Arábia Saudita, país mais importante da Opep e maior exportador mundial da commodity, manteve sua produção em 10,19 milhões de barris por dia no mês passado, segundo a AIE.

A agência confirmou a previsão para a demanda por petróleo da Opep no próximo ano em 31,3 milhões de barris ao dia.

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