Mercados

Petrobras vê alta de 35% em reservas com capitalização

Segundo Gabrielli, o primeiro campo deve entrar em produção em 2015 (Franco) e o último entre final de 2019 início de 2020

Petrobras ganhou o direito de explorar 5 bilhões de barris de óleo equivalente em áreas não-licitadas no pré-sal (.)

Petrobras ganhou o direito de explorar 5 bilhões de barris de óleo equivalente em áreas não-licitadas no pré-sal (.)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2010 às 22h17.

Rio de Janeiro - A Petrobras prevê que poderá obter um aumento de 35 por cento nas suas reservas provadas como resultado do plano de capitalização da estatal, que envolverá a cessão de reservas de petróleo e gás natural da União para a companhia, afirmou o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, em teleconferência nesta quinta-feira.

Esse incremento só irá ocorrer, no entanto, após a declaração de comercialidade dos campos, algo que levará no mínimo quatro anos, período previsto para a fase de exploração.

Segundo Gabrielli, o primeiro campo deve entrar em produção em 2015 (Franco) e o último entre final de 2019 início de 2020 (entorno de Iara).

"Como temos a fase de exploração de quatro anos, teoricamente (as reservas) não entram antes de quatro anos", explicou.

Ele destacou que o aumento se dará em cima das reservas de 14 bilhões de barris de óleo equivalente no Brasil e no exterior registradas em 2009 pelo critério da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE, na sigla em inglês).

A empresa terá que informar ao governo três anos antes de as reservas esgotarem o volume combinado no contrato, e será decisão do governo se a empresa permanecerá ou sairá do ativo, disse o executivo.

"Do ponto de vista econômico racional sim, existe a possibilidade da Petrobras continuar nessa exploração, estará bem posicionada economicamente depois de estar produzindo há algum tempo", avaliou ao ser perguntado se a estatal poderia continuar atuando na bloco após extrair o volume contratado.

Pelo contrato assinado na véspera com a União, a Petrobras ganhou o direito de explorar 5 bilhões de barris de óleo equivalente em áreas não-licitadas no pré-sal da bacia de Santos, pagando 42 bilhões de dólares à União por esses ativos.

A empresa recebeu do governo sete novas áreas para explorar e obter o volume acordado --Franco, entorno de Iara, Florim, Nordeste de Tupi, Sul de Guará, Sul de Tupi e Peroba--, sendo este último uma espécie de "curinga" para o caso de a empresa não encontrar o volume pretendido nas demais áreas.

"Peroba só entra se não conseguirmos 5 bilhões de barris nas outras áreas", informou.

Pelo contrato, a Petrobras também poderá realocar áreas se não obtiver sucesso. A empresa arcará com o custo de eventuais poços secos que forem encontrados nas referidas áreas.

"Poço seco faz parte do risco do negócio", explicou Gabrielli.
 


Gabrielli informou que o pagamento da cessão onerosa no valor de 74 bilhões de reais será feita à vista, mas que uma revisão prevista para depois que forem declaradas as comercialidades dos campos vai ajustar qualquer eventual perda ou ganho da Petrobras.

O preço médio do barril usado como base para o contrato foi de 8,51 dólares, mas cada área tem seu preço sendo o mais baixo o entorno de Iara (5,82 dólares), por ser o último que será explorado, e o mais alto de Franco, o primeiro a entrar em operação.

"Teremos revisões para cada bloco. Vai considerar a variação do preço do petróleo, entre vários outros fatores, e será feita após o programa exploratório mínimo (que durará quatro anos)", disse Gabrielli um dia após a divulgação dos termos do contrato com a União.

Presente na teleconferência, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, lembrou que se não houver óleo em nenhuma das áreas concedidas, o que não é esperado, a União terá que ressarcir financeiramente a companhia. "Não há risco nesse contrato", afirmou.

Não haverá incidência de Participação Especial nas áreas concedidas, como já era previsto, mas a empresa terá que pagar 10 por cento de royalties ao governo pela área cedida.

Segundo Gabrielli, após atingir o limite estipulado no contrato com a União, a Petrobras terá que devolver as áreas.

"Se restar petróleo nos campos após retirarmos os volumes previstos no contrato, será devolvido para o governo. Daí o governo vai ver o que faz", informou.

Leia mais sobre Petrobras

Siga as últimas notícias de Mercados no Twitter


Acompanhe tudo sobre:AcionistasAçõesCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Mercados

Lucro da Meta (META) supera previsões, mas empresa projeta alta de custos em 2025

Ação da Tesla (TSLA) sobe no after market mesmo com lucro e receita abaixo do esperado

Anúncio de novo consignado privado faz ações dos bancos caírem no Ibovespa

Fed interrompe ciclo de corte e mantém juros na faixa entre 4,25% e 4,50%