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Petrobras pode voltar ao etanol em 'joint venture' com Raízen - mas o BBI não acha uma boa ideia

Estatal também estaria tendo conversas com a Inpasa e a BP para investir na produção de etanol

Analistas veem mercado brasileiro superabastecido com etanol de milho. (./Divulgação)

Analistas veem mercado brasileiro superabastecido com etanol de milho. (./Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 18 de agosto de 2025 às 12h23.

A estratégia da Petrobras (PETR4) de retorno ao mercado de etanol inclui uma possível parceria estratégica com a Raízen (RAIZ4), do grupo Cosan (CSAN3). Segundo o jornal O Globo, as opções em análise incluem a aquisição de ativos ou participação acionária no negócio. A decisão sobre o assunto sairia ainda esse ano.

Para o BBI, o reingresso da estatal no setor de etanol não traz boas lembranças num mercado “altamente volátil” e de baixo retorno. A Petrobras havia feito um acordo em 2010 com Açúcar Guarani – em 2017 a petrolífera desfez o negócio alegando que sairia da segmento de biocombustíveis.

Agora, a Petrobras quer voltar a este mercado como diversificação, de acordo com plano estratégico entre 2025 e 2029 da companhia. A estatal também estaria tendo conversas com a Inpasa e a BP para investir na produção de etanol.

O BBI, na sua análise sobre a possível joint venture entre a Petrobras e a Raízen, que é a maior produtora de etanol no Brasil a partir da cana-de-açúcar, aponta também um mercado brasileiro superabastecido com etanol de milho.

O banco ainda relata que o ramo de distribuição não deve ser incluído num possível acordo entre ambas empresas, devido às cláusulas de não concorrência com a Vibra (VBBR3), antiga BR Distribuidora, que pertencia à Petrobras. O grupo Cosan, controladora da Raízen, já tem uma joint venture com a distribuidora de combustíveis Shell.

Raízen dispara na Bolsa

As ações da Raízen ocupam com folga o topo da lista de maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira, 18. Os papéis da companhia subiam 13,46% por volta 12h05, horário de Brasília, valendo R$ 1,18. Assim reverte o tombo da semana passada, ao admitir um possível aumento de capital.

“Não temos nem detalhes, nem certeza de uma potencial operação. O que a gente tem é uma conversa ativa que envolve os controladores, Shell e Cosan, para avaliar mecanismos de acelerar essa jornada e reduzir o risco”, afirmou Rafael Bergman, CFO da Raízen, durante a teleconferência do segundo trimestre.

Para os analistas do UBS BB, um possível aumento de capital poderia resultar em uma redução significativa da alavancagem e abrir caminho para um novo interesse dos investidores nas ações. No entanto, no curto prazo, esse movimento representa um obstáculo importante e uma diluição relevante para os acionistas.

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