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Petrobras (PETR4) perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado desde eleição de Lula

Mudança em Lei das Estatais aumenta incertezas do mercado sobre o futuro da companhia durante o próximo governo

Luiz Inácio Lula da Silva: temores de ingerência no próximo governo derrubam ações da Petrobras (Andressa Anholete/Bloomberg)

Luiz Inácio Lula da Silva: temores de ingerência no próximo governo derrubam ações da Petrobras (Andressa Anholete/Bloomberg)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 12h12.

Última atualização em 14 de dezembro de 2022 às 12h30.

A Petrobras (PETR4) já perdeu R$ 117,6 bilhões em valor de mercado desde vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições. A desvalorização, de acordo com cálculos do TradeMap a pedido da Exame, salta para R$ 189,5 bilhões se comparado à semana anterior ao resultado das eleições, quando a estatal atingiu o maior valor de mercado de sua história.

A perda, provocada em grande parte por temores sobre ingerências do próximo governo na companhia, tende a crescer ainda mais nesta quarta-feira, 14. Isso porque, na percepção do mercado, o risco de intervenções diretas aumentou após a Câmara ter aprovado alterações na Lei das Estatais na última noite.

Pela mudança feita pelos deputados reduziu de 3 anos para 30 dias o período de quarentena para dirigentes de assumirem cargos do alto escalão em estatais. A alteração, que teve o objetivo de viabilizar a escolha de Lula por Aloízio Mercadante para a presidência do BNDES, soou como um alerta para o futuro de todas as estatais no próximo governo.

"O projeto foi aprovado por ampla maioria na Câmara, mostrando que o novo governo poderia ter capital político suficiente para obter apoio do Congresso e fazer novos ajustes na a lei", afirmaram analistas do Golman Sachs em relatório. 

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A lei brasileira, segundo o Goldman Sachs, ainda oferece algum grau de proteção contra intervenções na Petorbras. "Mas para o longo prazo, continuamos a ter pouca visibilidade sobre a abordagem da nova administração".

Analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) endossou as criticas à alteração da lei. "É indiscutivelmente negativo para a Petrobras (e outras estatais brasileiras), pois elimina um dos principais mecanismos de defesa da influência política na empresa", afirmaram.

Uma das possíveis consequências traçadas pelo BTG é a redução dos dividendos da Petrobras, com queda do payout de 35% para 25%. Se confirmada, o BTG estima que o dividend yield da Petrobras fique entre 16% e 12%. "Para uma ação que foi negociada com dividend yield de 20% a 25% nos últimos dois anos, não achamos que isso seja barato o suficiente."

Leia mais: O que é a Lei das estatais e por que a possibilidade de mudança assusta investidores

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