Petrobras: papéis viram e voltam a subir com anúncio sobre dividendos extraordinários (Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 4 de abril de 2024 às 13h15.
Última atualização em 4 de abril de 2024 às 13h55.
A manhã desta quinta-feira, 4, está animada para os investidores da Petrobras (PETR4). As ações da estatal abriram em alta, mas chegaram a cair mais de 2% com os rumores da saída de Jean Paul Prates da estatal e com a possibilidade de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), assumir o cargo.
O movimento fez a estatal perder cerca de R$ 2,5 bilhões em valor de mercado, aponta Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed. “O governo está sinalizando que quer interferir na empresa, isso é fato.”
Segundo o especialista, o anúncio da possibilidade de indicação do Mercante parece ser uma espécie de ensaio para tatear a reação do mercado. A resposta? Nada positiva. “O Mercadante não agrada ao mercado pela história dele de ser bem fiel aos princípios da ala radical ao PT.”
Mas, no momento em que o mercado digeria a notícia, outra informação já mudou o rumo das ações. Por volta das 11h15, as ações preferenciais chegaram a subir 2,75%, enquanto as ordinárias dispararam 3,38%.
Como divulgado inicialmente pelo O Globo, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e Rui Costa, da Casa Civil, decidiram, em reunião no Palácio do Planalto, para o pagamento dos dividendos extraordinários da Petrobras.
A petroleira é conhecida por ser uma das maiores pagadoras de dividendos, mas, neste ano, o tema virou pauta do mercado com a retenção dos dividendos extraordinários em março pelo conselho de administração. Caso o pagamento integral se concretize, serão distribuídos R$ 43,9 bilhões aos acionistas da estatal.
Entre eles, o governo, no caso, o acionista controlador, embolsaria cerca de R$ 12 bilhões. O movimento, segundo Petrokas, é uma vitória para o governo, principalmente para Haddad, que alega ser fundamental receber o montante para complementar a receita, compensando o rombo no orçamento e ajudando a cumprir a meta fiscal.
Mas, apesar do avanço no debate sobre os dividendos, o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) ainda precisa bater o martelo.