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Petrobras pagou mais dividendos do que a bolsa inteira: veja lista

Itaú e Vale também estão no topo da lista das empresas que mais desembolsaram dividendos neste ano

Petrobras: R$ 37, bilhões em dividendos até agora (CFOTO/Future Publishing/Getty Images)

Petrobras: R$ 37, bilhões em dividendos até agora (CFOTO/Future Publishing/Getty Images)

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 12h07.

Última atualização em 27 de novembro de 2025 às 12h11.

A um mês do final do ano, a Petrobras (PETR3 e PETR4) já lidera a lista das empresas que mais pagaram dividendos em 2025, segundo dados da consultoria Elos Ayta. A companhia desembolsou R$ 37,3 bilhões até setembro, valor que, sozinho supera o total distribuído por parte das 82 empresas que compõem o Ibovespa.

O levantamento da consultoria mostra os dividendos efetivamente pagos no ano e quais foram as companhias listadas na Bolsa de Valores brasileira, a B3, que transferiram mais de R$ 3 bilhões a seus acionistas.

A segunda posição do ranking é ocupada pelo Itaú (ITUB4), com R$ 28,2 bilhões pagos até setembro, seguido pela mineradora Vale (Vale3), que distribuiu R$ 19,4 bilhões no período.

Entre as treze empresas que superaram a marca de R$ 3 bilhões no ano, cinco pertencem ao setor bancário. O ranking é encabeçado pelo Itaú e seguido pelos bancos Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3, Santander (SANB11) e BTG Pactual (BPAC11), do mesmo grupo controlador da EXAME.

O estudo destaca ainda que seis empresas desembolsaram mais de R$ 1 bilhão por trimestre em 2025. Além da Petrobras, a lista também inclui Ambev (ABEV3), Bradesco, Banco do Brasil, Axia Energia, a antiga Eletrobras (AXIA3) e Santander.

Segundo a Elos Ayta, a distribuição de proventos revela "o protagonismo de setores tradicionais, com caixa robusto e capacidade de manter sua política de distribuição mesmo em períodos de juros altos ou crescimento econômico moderado".

Avanço da tributação dos dividendos

Os dados chegam ao mercado em meio a sanção do Projeto de Lei 1.087/2025, que prevê a tributação de 10% sobre lucros e dividendos pagos a pessoas físicas a partir de 2026, acima de R$ 50 mil por mês. A medida é tratada pelo governo como contrapartida para a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

O texto estabelece que lucros apurados até 31 de dezembro de 2025 e cuja distribuição seja aprovada até essa data poderão ser pagos até 2028 sem incidência do novo imposto. Essa previsão tem levado, inclusive, diversas companhias a antecipar deliberações de proventos neste fim de ano.

Segundo especialistas ouvidos pela EXAME, os dividendos da Petrobras e de outros companhias abertas já aprovados em 2025 seguem isentos, mesmo que o pagamento ocorra apenas em 2026. Mas a possibilidade de antecipar deliberações, no entanto, abriu uma corrida entre empresas listadas.

A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) estima que a antecipação de proventos pode provocar uma fuga de até US$ 300 bilhões, num cenário em que cerca de 60% dos investidores da B3 são estrangeiros.

O Itaú BBA calcula uma saída entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões até o fim do ano, o equivalente de 3% a 4% do patrimônio estrangeiro na Bolsa. O movimento, segundoo banco em relatório divulgado na terça-feira, 25, pode pressionar o câmbio.

Até o momento, pelo menos seis empresas, entre elas Azzas 2154, Marcopolo, Energisa, Lavvi, Kepler Weber e Cury, anteciparam a aprovação de dividendos para garantir isenção antes da entrada em vigor da nova regra.

O Ministério da Fazenda estima que apenas 141,4 mil pessoas, cerca de 0,06% da população, terão aumento de imposto, já que atualmente pagam em média apenas 2,54% de sua renda. Com a tributação, o governo espera reduzir distorções e taxar parte das rendas isentas, como os dividendos, isentos desde 1996.

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