Preço da gasolina sobe nos postos nos próximos dias após novo reajuste da Petrobras | Foto: Sergio Moraes/Reuters (Sergio Moraes/Reuters)
Paula Barra
Publicado em 8 de outubro de 2021 às 12h30.
Última atualização em 8 de outubro de 2021 às 13h40.
A Petrobras (PETR3; PETR4) informou há pouco que elevou o preço médio de venda da gasolina A de 2,78 reais para 2,98 reais por litro, refletindo em uma elevação média de 0,20 centavos por litro.
Foi reajustado para cima também o GLP (gás de cozinha), em 0,26 centavos por kg. O preço médio de venda para as distribuidoras passou de 3,60 reais para 3,86 reais por kg. O gás de cozinha (botijão de 13 kg) sairá das refinarias da estatal custando 50,15 reais para as distribuidoras.
De acordo com o comunidado da empresa, os aumentos entrarão em vigor a partir de amanhã, 9 de outubro.
As ações preferenciais (PETR4) da estatal sobem 2% nesta sexta-feira, dia 8, mas chegaram a disparar para mais de 3% com o anúncio por volta de 12h20. As ações ordinárias (PETR3) sobem perto de 2,3% às 13h.
O preço médio da gasolina em todo o país estava em 6,092 reais na semana encerrada em 26 de setembro. No fim do ano passado, o preço médio estava em 4,517 reais, o que configura um aumento da ordem de 35% neste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Com o novo aumento, a variação esperada para os preços nos postos é de 0,15 reais por litro, segundo a empresa. Isso porque a gasolina vendida ao consumidor é resultado de uma mistura obrigatória de 27% de etanol e 73% de gasolina A. a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de 2,18 reais por litro em média.
A Petrobras, em comunicado à imprensa, disse que o aumento reflete apenas parte da alta externa. A companhia citou a "elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global".
As cotações internacionais do petróleo superaram o patamar de 80 dólares o barril do tipo Brent há poucos dias, no maior patamar em três anos; e o dólar está na casa de 5,50 reais em razão de fatores globais e dos riscos associados ao investimento no país, como a fragilidade do quadro fiscal e as incertezas políticas no curto e no médio prazo.
Nos últimos 12 meses até setembro, os preços de combustíveis subiram 42,02% no país, segundo dados do IPCA divulgados nesta manhã pelo IBGE. É uma das principais fontes de pressão sobre a inflação geral, que subiu 1,16% em setembro, abaixo das estimativas de mercado, mas chegou aos dois dígitos em 12 meses, em 10,25%.
Para a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento da gasolina, após 58 dias de estabilidade, não é suficiente para equiparar os preços da Petrobras aos do mercado internacional.
"Com o aumento anunciado, as janelas para importações continuam muito fechadas", afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom, entidade que defende um reajuste maior para que consiga ser competitivo no segmento.
(Com Estadão Conteúdo)