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Petrobras e Caixa vão movimentar R$ 15 bilhões na Bolsa

Venda de ativos de empresas e bancos públicos começa a fazer a diferença tanto na Bolsa quanto em relação a investimentos

Caixa: instituição financeira, que já havia saído do IRB por R$ 2,5 bilhões, agora quer vender suas ações da Petrobras por R$ 7,2 bilhões (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Caixa: instituição financeira, que já havia saído do IRB por R$ 2,5 bilhões, agora quer vender suas ações da Petrobras por R$ 7,2 bilhões (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2019 às 08h47.

Última atualização em 11 de junho de 2019 às 08h48.

A venda de ativos de empresas e bancos públicos via Bolsa começa a trazer para o mercado a movimentação de uma quantia significativa de recursos. Após a Petrobras anunciar na sexta-feira que a venda de sua participação na BR Distribuidora colocará R$ 8 bilhões em seus cofres, a petrolífera divulgou ontem que a Caixa quer vender suas ações da empresa, por R$ 7,2 bilhões. Anteriormente, a Caixa já havia vendido seus papéis da IRB Brasil Re, por R$ 2,5 bilhões. Todas operações aconteceram ou serão feitas pela Bolsa.

No anúncio de ontem, a Petrobrás informou que a Caixa levará a mercado sua participação de 3,24% na petroleira por meio de uma oferta pública de papéis. As ações ordinárias (com direito a voto) serão vendidas no Brasil e no exterior.

Pelo prospecto, cerca de 30% das ações serão destinadas aos investidores pessoa física, que terão entre 17 e 24 de junho para fazer as reservas. O valor mínimo de investimento será de R$ 3 mil e o máximo de R$ 1 milhão. Funcionários da Petrobrás e da Caixa terão prioridade para comprar até 2% do valor total. O início das negociações das ações vendidas no pregão da bolsa está previsto para o dia 27.

Apesar de a economia brasileira passar por um momento delicado, a operação deverá contar com demanda forte de investidores estrangeiros, segundo fontes, por se tratar de uma empresa global e de alta liquidez. Ontem, as ações da Petrobrás caíram 1,94%.

A venda das ações da Petrobrás é a segunda saída da nova gestão da Caixa, presidida por Pedro Guimarães, de áreas que fogem de seu foco principal de atuação. É esse o mandato da gestão Guimarães, bem como tornar o banco mais eficiente. No início do ano, a instituição - que não quis comentar a operação - já havia emplacado uma oferta de papéis da resseguradora IRB Brasil Re, que somou R$ 2,5 bilhões.

Na fila do plano de desinvestimento, estão ações da Alupar, de energia elétrica, e do Banco do Brasil - ambas detidas pelo FI-FGTS e para as quais a Caixa está selecionando assessores financeiros para vendê-las por meio de uma oferta na bolsa.

Devolução. Com o dinheiro obtido, além de investir mais no negócio bancário, a Caixa quer devolver recursos recebidos pelo governo para reforçar seu capital por meio da emissão dos chamados instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD). A Caixa tem saldo de R$ 40 bilhões, que já começou a devolver e quer zerar o quanto antes.

A venda das ações da Petrobrás deve ter efeito positivo no banco estatal, gerando lucro líquido não recorrente no segundo trimestre. O impacto, porém, vai depender do preço dos papéis na oferta, que será definido em 25 de junho.

A expectativa inicial era fazer a oferta de ações em maio, mas alguns fatores fizeram a Caixa adiar a transação. Em abril, com falas do presidente Jair Bolsonaro sobre o preço do diesel, os papéis da Petrobrás caíram na Bolsa, o que fez a instituição rever o cronograma de vendas.

Em seguida, uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin questionou a venda de estatais sem autorização do Congresso. Na semana passada, porém, o STF decidiu que subsidiárias de estatais podem ser vendidas sem o crivo de deputados e senadores.

No mesmo dia em que STF decidiu pela liberação, a Petrobrás anunciou a venda de parte de suas ações na BR Distribuidora - que deve ser a maior oferta pública secundária de ações do País neste ano. Com a venda, a petroleira deverá reduzir de cerca de 70% para menos de 50% de participação na distribuidora de combustíveis. O mercado acredita que seja possível concluir a operação em julho.

O mercado ainda conta com outras operações em andamento, como CPFL e Light.

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