A Petrobras viu uma perda de mais de R$ 32 bilhões em seu valor de mercado nesta quinta-feira, 27 (Wilson Melo/Agência Petrobras)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 27 de fevereiro de 2025 às 16h02.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2025 às 18h36.
Com a forte queda das ações após a divulgação dos resultados de 2024, a Petrobras viu uma perda de R$ 24,48 bilhões em seu valor de mercado nesta quinta-feira, 27, um valor próximo ao da Porto Seguro, avaliada em R$ 24,6 bilhões. No momento, a petroleira está valendo R$ 491,4 bilhões. O número é o menor desde novembro de 2024 e está abaixo de R$ 500 bilhões pela primeira vez em 2025, segundo a consultoria Elos Ayta.
No fechamento desse pregão, a Petrobras foi cotada a R$ 491,4 bilhões, inferior aos R$ 515,9 bilhões do dia anterior. Para contextualizar, em 20 de fevereiro, a empresa atingiu o maior valor de mercado do ano, fechando com R$ 525,9 bilhões, enquanto o menor valor foi registrado em 12 de fevereiro, com R$ 490,2 bilhões.
Analistas do mercado financeiro chamam a atenção para o valor dos dividendos anunciado pela estatal e seu capex.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus, algo que demanda atenção são os investimentos, que aceleraram de US$ 4,4 bilhões no terceiro trimestre para US$ 5,7 bilhões no quarto trimestre. "Isso, inclusive, fez o capex estourar o guidance do ano, e pode começar a impactar o pagamento de dividendos da estatal daqui para frente", afirma o especialista.
A empresa anunciou R$ 9,1 bilhões em dividendos ordinários, abaixo das projeções de analistas, que esperavam algo em torno de R$ 14 bilhões.
Na véspera, a petroleira divulgou um prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 31 bilhões registrado no mesmo período de 2023. O resultado foi fortemente impactado pela variação cambial nas dívidas entre a estatal e suas subsidiárias no exterior.
O lucro líquido ajustado do trimestre seria de R$ 17,7 bilhões, representando uma queda de 53% em relação ao quarto trimestre de 2023.
A receita líquida totalizou R$ 121,3 bilhões, uma redução de 6,4% em comparação ao trimestre anterior, e 9,7% em relação ao ano anterior. Já o EBITDA ajustado foi de R$ 40,9 bilhões, refletindo uma queda de 38,7% em comparação ao mesmo trimestre de 2023.
A margem EBITDA foi de 34%, uma queda considerável frente aos 50% registrados no quarto trimestre do ano passado, refletindo os efeitos negativos sobre as margens do refino e o aumento dos custos operacionais.