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Petrobras: ADRs desabam em NY após balanço e receio do mercado com pagamento de dividendos

Estatal divulgou balanço nesta quinta-feira e teve um lucro líquido de R$ 31,04 no quarto trimestre, uma queda de 28,4%

Petrobras: ADRs da empresa caem nos EUA (Wilson Melo/Agência Petrobras)

Petrobras: ADRs da empresa caem nos EUA (Wilson Melo/Agência Petrobras)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 7 de março de 2024 às 21h47.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 23h33.

As ADRs da Petrobras negociadas nos Estados Unidos no after market desabam cerca de 9% por volta das 23h desta quinta-feira, 7. A estatal divulgou seu balanço hoje à noite. No quarto trimestre do ano passado, a estatal teve um lucro líquido de R$ 31,04, uma queda de 28,4% frente aos R$ 43,34 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Frente aos R$ 26,7 bilhões do trimestre anterior, o resultado de agora representa alta de 16,6%. O resultado ficou abaixo da faixa dos R$ 36 bilhões esperados pelos analistas consultados pela EXAME Invest.

No acumulado do ano, a estatal registrou um lucro de R$ 124,606 bilhões, queda de 33,8% em relação ao saldo recorde de R$ 188,32 bilhões apurado em 2022. Ainda assim, o resultado acumulado de 2023 é o segundo melhor da história da companhia.

Pagamento de dividendos

O Conselho da Petrobras (PETR4) propôs o pagamento de R$ 14,2 bilhões em dividendos referentes ao resultado da companhia no quarto trimestre de 2023. A proposta será encaminhada à Assembleia Geral Ordinária (AGO) para aprovação da distribuição - a AGO será realizada dia 25 de abril.Caso haja aprovação da AGO, considerando os dividendos antecipados pela companhia ao longo do exercício, ajustados pela Selic, os dividendos totais do exercício de 2023 totalizarão R$ 72,4 bilhões.
Segundo a companhia, a distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas, aprovada em julho de 2023, que prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões), a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.
Os dividendos propostos já levam em consideração o valor de ações recompradas no quarto trimestre de 2023 de R$ 2,7 bilhões e a correção pela Selic sobre as antecipações de dividendos e JCP relativos ao exercício social de 2023, no valor de R$ 1,1 bilhão, que foram descontados do total da remuneração aos acionistas.
"A aprovação do dividendo é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural", disse em comunicado.

"Aviso" de Jean Paul Prates

As ADRs da Petrobras registravam queda antes da divulgação do balanço. O receio dos investidores estava relacionado ao não pagamento dos dividendos extraordinários. Notícia do Broadcast apontou que a companhia não deve aprovar o pagamento neste trimestre. O mercado esperava dividendos entre US$ 4 bilhões e US$ 9 bilhões.As ações da empresa já haviam reagido negativamente na semana passada após o presidente da estatal, Jean Paul Prates, citar cautela em relação aos dividendos.

As declarações do presidente da Petrobras foram dadas à Bloomberg News, no qual Prates destacou que a cautela com os dividendos deve-se à transição energética que a petrolífera busca alcançar. 

Segundo ele, quase a metade da receita da Petrobras deverá vir de fontes renováveis de energia nos próximos dez anos e por isso a companhia deve fazer aquisições a fim de sustentar essa mudança. “Os acionistas vão entender”, disse.

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