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Pessimismo sobre Europa prevalece, mas juro reduz queda

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 marcava 7,65%, de 7,66% no ajuste

Bovespa:  houve uma zeragem de posições no fim do dia em reação à queda das taxas de segunda-feira (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: houve uma zeragem de posições no fim do dia em reação à queda das taxas de segunda-feira (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 17h18.

São Paulo - Os investidores seguem pessimistas em relação ao encontro de cúpula da União Europeia nesta semana, ainda mais após a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, dizer, em referência aos eurobônus, que não haverá compartilhamento de dívida na zona do euro enquanto ela estiver viva. A informação de que o governo brasileiro anunciará, na quarta-feira, um pacote de estímulos à economia foi importante, na leitura de alguns profissionais, para afastar as taxas das mínimas no período vespertino, gerando, inclusive, recuperação discreta da parte longa da curva. Um operador ponderou, no entanto, que houve uma zeragem de posições no fim do dia em reação à queda das taxas de segunda-feira.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (257.545 contratos) . O DI janeiro de 2014 (279.520 contratos) estava em 7,94%, de 7,95% na segunda-feira. Nos vértices mais longos, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2017 (67.265 contratos) era de 9,33%, de 9,31% na véspera, enquanto a taxa do janeiro de 2021 (2.960 contratos) indicava 9,96%, de 9,92% no ajuste. Todas as taxas citadas terminaram nas máximas.

Além de Merkel, o presidente do Banco Central da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, afirmou que a criação de uma "união de dívida" na zona do euro adiará as muito necessárias reformas e quebrará, finalmente, promessas feitas ao povo alemão, quando o euro foi lançado. Ou seja, as autoridades alemãs parecem irredutíveis em relação à busca por um maior ajuste fiscal no Velho Continente, o que promete travar as discussões na cúpula da UE.


Por aqui, chamou a atenção, ainda que sem fazer preço, o fato de o Banco Central ter injetado, pela primeira vez neste ano, R$ 4,420 bilhões em sua operação de calibragem de liquidez do sistema financeiro. Até então, a autoridade monetária geralmente enxugava recursos do sistema. Nenhum profissional soube explicar o exato motivo desta mudança, mas a avaliação geral é de que isso não traz qualquer tipo de preocupação pois o mercado está líquido e não há sinais de que algum participante esteja encontrando dificuldade para conseguir recursos.

No mais, o BC também informou que o saldo total de crédito atingiu R$ 2,13 trilhões em maio, uma expansão de 1,7% na margem. Com esse avanço, o crédito atingiu patamar inédito de 50,1% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 49,6% em abril. O que preocupa, no entanto, é que a inadimplência com crédito livre ficou em 6% no mês passado, maior nível desde o início da série histórica do BC, iniciada em junho de 2000.

No que diz respeito à arrecadação de tributos anunciada pela Receita Federal, o montante somou R$ 77,971 bilhões em maio, com um crescimento real de 3,82% em relação a igual mês de 2011. No acumulado de janeiro a maio, a arrecadação totalizou R$ 427,448 bilhões, valor 5,83% superior em relação aos cinco primeiros meses de 2011. No âmbito da inflação, o IPC-Fipe ficou em 0,21% na terceira quadrissemana de junho, ante 0,25% na segunda prévia do mês.

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