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Pessimismo externo faz Bovespa perder os 59 mil pontos

O Ibovespa encerrou com declínio de 1,46%, aos 58.511,55 pontos


	Bovespa: o giro financeiro somou R$ 6,306 bilhões
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Bovespa: o giro financeiro somou R$ 6,306 bilhões (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 18h17.

São Paulo - A cautela imposta no exterior após dados negativos da China, Europa e Estados Unidos, levaram a Bovespa para o campo negativo e de volta aos 58 mil pontos. A queda das ações da Vale e da Petrobras também contribuiu para o recuo do principal índice doméstico.

O Ibovespa encerrou com declínio de 1,46%, aos 58.511,55 pontos. Com isso, os ganhos no mês foram reduzidos para 4,30% e, no ano, para 3,10%. Na mínima do dia, o índice atingiu 58.145 pontos (-2,08%) e, na máxima 59.382 pontos (estável). O giro financeiro somou R$ 6,306 bilhões. Os dados são preliminares.

"O mercado acordou de mau humor com os números ruins na China e na Alemanha e hoje não veio ninguém falar que os BCs estão dispostos a ajudar as economias em dificuldades", disse o operador institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Marinho, se referindo ao fato de que em outras ocasiões, quando foram divulgados dados pouco positivos, as autoridades monetárias dos países vieram a público para tentar acalmar os ânimos.

Outro operador, no entanto, avaliou que o cenário mais negativo lá fora motivou os investidores a embolsarem parte dos lucros. "De fato nada mudou e o cenário ainda é incerto, por enquanto são só promessas. Mas melhor um pouco no bolso do que tudo voando", brincou a fonte para explicar o movimento desta quinta-feira.


Internamente, Vale e Petrobras também sucumbiram às perdas. O papel ON da mineradora caiu 3,88%, enquanto o PNA recuou 3,17%. Segundo operadores, a queda é atribuída ao declínio no preço do minério de ferro no mercado internacional, que caiu para abaixo de US$ 100 pela primeira vez desde dezembro de 2009. Hoje, o minério com teor de 62% de ferro importado no Porto de Tianjin, na China, está sendo cotado a cerca de US$ 99,6 a tonelada seca, o valor mais baixo desde o dia 07 de dezembro de 2009, quando o preço bateu US$ 98,7 a tonelada, conforme dados do The Steel Index (TSI).

Entre as siderúrgicas, Gerdau PN e Gerdau Metalúrgica registraram perdas de 3,06% e 3,60%, respectivamente. Já Usiminas PNA e Siderúrgica Nacional ON fecharam com ganhos de 0,69% e 1,94%. Segundo um operador, no caso de Usiminas, a alta se deve a uma operação de long short - quando se monta uma posição na ponta compradora e outra na ponta vendedora com diferentes ativos -, onde um "grande gringo" se desfez de papéis da Gerdau para comprar Usiminas. "O ganho da Gerdau é de mais de 30% no ano, enquanto Usiminas cai cerca de 15%", disse.

Petrobras ON caiu 1,12% e a PN 0,98%, acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional. Na Nymex, o contrato com vencimento em outubro registrou declínio de 1,02%, a US$ 96,27 o barril.

No exterior, os dados ruis da atividade industrial na China e na zona do euro apagaram a otimismo da véspera em razão do Federal Reserve (Fed).

Nos EUA, as vendas de moradias novas em julho nos EUA vieram melhores que o esperado (alta de 3,6% ante previsão de 2,9%), mas não foram capazes de alterar o cenário, que também foi prejudicado pela fala do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, de que a situação da economia norte-americana não justifica uma nova rodada de afrouxamento quantitativo (QE3).

Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,88%, o S&P 500 perdeu 0,81% e o Nasdaq, -0,66%.

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