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Pesquisas e comportamento de Bolsonaro ditarão rumo do mercado

Após o acidente contra o presidenciável, a bolsa subiu rapidamente até fechar com alta de 1,8%

BOLSONARO: O ataque ao candidato trouxe uma dose extra de incerteza para o mercado financeiro (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

BOLSONARO: O ataque ao candidato trouxe uma dose extra de incerteza para o mercado financeiro (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2018 às 05h56.

Última atualização em 10 de setembro de 2018 às 07h41.

Para onde vai a bolsa e o dólar nesta segunda-feira, nesta semana, e até o dia 7, quando os eleitores vão às urnas? O ataque a Jair Bolsonaro (PSL), líder na corrida eleitoral, trouxe uma dose extra de incerteza para o mercado financeiro. Na sexta-feira, logo após a facada desferida em Juiz de Fora, a bolsa subiu rapidamente até fechar com alta de 1,8%.

Nos minutos seguintes, as notícias de que o quadro de saúde do deputado era mais grave que o esperado fizeram os contratos futuros despencar no after market. A previsão de analistas é que o sobe e desce deve dar uma trégua nesta segunda-feira. O feriado prolongado deu tempo para os investidores digerirem o atentado. E há uma série de pesquisas eleitorais para sair ao longo da semana, a começar com três previstas para esta segunda-feira: Datafolha, FSB/BTG e Real Time Big Data. “Essas pesquisas vão dar o tom da semana para os investidores”, diz Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Prevalece entre os gestores a leitura de que Bolsonaro deve ganhar competitividade, o que reduz a chance de vitória de um candidato de esquerda, o grande temor a esta altura do campeonato. Nos últimos 30 dias, a bolsa acumula queda de 6% com o bom desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a anemia eleitoral de Geraldo Alckmin (PSDB). Em seis meses a queda é de 12%.

A boa vontade dos investidores com Bolsonaro deve ser manter caso sua campanha aproveite o atentado para jogar água na fervura eleitoral. Alguns episódios pós-ataque apontaram para a direção contrária. Bolsonaro voltou a posar para fotos com a pose de quem aponta um fuzil. O general Hamilton Mourão, vice em sua chapa, afirmou à GloboNews que, em uma situação de “anarquia”, pode haver um “autogolpe” do presidente com apoio das Forças Armadas. Neste domingo, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou ao Estadão que a legitimidade de um novo governo “pode até ser questionada”.

Caso o acirramento nos discursos se mantiver, o humor de investidores em relação a Bolsonaro pode vir a mudar. “A facada humanizou Bolsonaro. Se ele dobrar a aposta nas atrocidades, volta-se à estaca zero”, diz Celso Toledo, economista da consultoria LCA.

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