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Peso argentino apaga ganhos frente ao dólar e fecha estável

Dólar na Argentina chegou a valer menos que 1.400 pesos nas mínimas do dia, mas fechou o dia estável

Peso: moeda saltou 10% em relação ao dólar durante as primeiras horas de negociação (Lucas Villalba/Getty Images)

Peso: moeda saltou 10% em relação ao dólar durante as primeiras horas de negociação (Lucas Villalba/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 27 de outubro de 2025 às 14h50.

Última atualização em 27 de outubro de 2025 às 18h19.

O peso argentino fechou estável as negociações desta segunda-feira, 27, mesmo após a vitória do partido de Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), nas eleições legislativas de domingo. A moeda chegou a subir cerca de 10% pela manhã, com o dólar cotado a 1.349 pesos nas mínimas do dia, mas perdeu força ao longo da sessão e terminou próxima de 1.432 pesos por dólar.

Ainda ontem, à medida que os resultados eleitorais eram anunciados, o peso registrou ganhos no mercado de criptomoedas.  O S&P Merval, principal índice da bolsa da Argentina, também fechou hoje em forte alta de 21,77% nesta segunda-feira, 27, refletindo o entusiasmo do mercado com a vitória do partido Milei, mas o peso não conseguiu sustentar o movimento.

Nas últimas semanas, a moeda sofreu forte pressões, ficando próximo a banda de 1.500 pesos por dólar. Para tentar conter as oscilações, o Banco Central da Argentina e o Tesouro dos Estados Unidos assinaram um acordo de linha de swap para trocar moedas por um determinado período — no valor de US$ 20 bilhões.

Em análises divulgadas pela manhã, analistas do UBS e do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) ponderaram que mesmo com o resultado favorável e a promessa de assistência dos EUA, a sustentabilidade externa da Argentina continua sob prova.

O avanço da moeda nos próximos dias dependerá da reversão de posições defensivas no mercado. A expectativa é que o novo cenário político contribua para atrair fluxo de capital estrangeiro, essencial para evitar nova desvalorização e retomar o acesso ao mercado internacional de dívida.

"A vitória dará ao governo um espaço de respiro. Mas ainda será preciso fazer o dever de casa: acumular reservas e construir consensos para implementar reformas que aumentem a produtividade e o crescimento", afirmam analistas do BTG.

O avanço do partido do presidente foi visto como condição essencial para a continuidade do apoio financeiro dos Estados Unidos.

Força para Milei

A vitória foi surpreendente: o partido de Milei obteve 40,7% dos votos. Nos últimos dias, havia dúvidas no país se conseguiria chegar a 30%.

A coligação peronista, Fuerza Patria, obteve 31,7%, e os governistas dissidentes da coalizão, Provincias Unidas, tiveram 7%. Ao todo, o LLA conquistou 64 das 127 cadeiras em disputa na Câmara e 13 das 24 vagas no Senado, segundo dados oficiais.

"Olhando adiante, a bola estará completamente com Milei. A vitória dará ao governo um espaço de respiro. Mas ainda será preciso fazer o dever de casa. Acreditamos que a tarefa pela frente pode ser resumida em duas áreas-chave: acumular reservas e construir consensos para implementar reformas que aumentem a produtividade e o crescimento.”

O resultado também fortalece Javier Milei em sua tentativa de conquistar respaldo político para avançar nas reformas que visam liberalizar a economia e conter a inflação, em um dos países que mais enfrentaram crises financeiras nas últimas décadas.

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