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PCE sobe mais do que esperado e coloca maior pressão sobre Fed

Índice de preços de gastos com consumo pessoal avançou 0,6% em relação ao mês anterior, na maior alta desde junho

Inflação: na taxa anual, o índice de preços do PCE subiu 5,4% em janeiro (Getty/Getty Images)

Inflação: na taxa anual, o índice de preços do PCE subiu 5,4% em janeiro (Getty/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 24 de fevereiro de 2023 às 14h16.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2023 às 19h21.

Os indicadores de inflação mais acompanhados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) subiram além do esperado em janeiro, enquanto os gastos dos consumidores aumentaram após encolherem no final de 2022. O saldo coloca mais pressão sobre as autoridades para seguir elevando as taxas de juros.

O índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) avançou 0,6% em relação ao mês anterior, na maior alta desde junho, mostraram dados do Departamento de Comércio nesta sexta-feira, 24. Excluindo alimentos e energia, o núcleo do chamado PCE também subiu 0,6%.

Os gastos pessoais, ajustados pelas variações de preços, deram um salto de 1,1%, o maior avanço desde março de 2021, depois da desaceleração vista no fim do ano passado. A expansão refletiu maiores gastos com bens e serviços, como veículos automotores, bem como serviços de alimentação e hospedagem.

As estimativas medianas em uma pesquisa da Bloomberg com economistas apontavam um ganho de 0,5% no índice de preços do PCE e alta de 0,4% para o núcleo. As expectativas para os gastos pessoais reais indicavam aumento de 1,1%.

Traders de contratos de swap ainda precificam que o Fed deve elevar a taxa básica em 0,25 ponto percentual nas próximas três reuniões.

Na taxa anual, o índice de preços do PCE subiu 5,4% em janeiro, uma aceleração em relação a dezembro. O núcleo registrou alta de 4,7%, também acima do mês anterior.

Mercado de trabalho

Os novos números destacam os riscos de uma inflação persistentemente alta. A desaceleração dos preços no fim do ano passado acabou se revelando uma miragem após revisões e dados mais recentes. Além disso, a força excepcional do mercado de trabalho ainda é um obstáculo fundamental para o Fed atingir sua meta de 2%.

Com a taxa de desemprego no nível mais baixo em mais de 53 anos, a intensa competição por uma oferta limitada de trabalhadores mantém a pressão ascendente sobre os ganhos salariais. Salários mais altos combinados com excesso de poupança sustentaram o consumo e permitiram a continuidade dos gastos em uma variedade de bens e serviços, apesar dos rápidos aumentos de preços.

Autoridades do Fed, particularmente o presidente da instituição, Jerome Powell, enfatizaram a importância da aceleração dos preços no segmento de serviços, que exclui moradia, para o cenário de inflação. Essa categoria, que se acredita ser em grande parte dependente dos salários, inclui diversos itens, como assistência médica e cuidados de beleza.

A inflação de serviços excluindo habitação e energia avançou 0,6% em janeiro, segundo cálculos da Bloomberg.

Juntos, os dados sugerem que as autoridades monetárias terão que elevar os juros mais do que esperavam apenas algumas semanas atrás.

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