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Payroll, PMI e véspera de feriado nos EUA: o que move os mercados

No campo político, o destaque é a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, onde participa da 66ª cúpula do Mercosul

Publicado em 3 de julho de 2025 às 08h12.

Última atualização em 3 de julho de 2025 às 08h15.

Nesta quinta-feira, 3, os mercados aguardam a divulgação de uma série de indicadores nos Estados Unidos, especialmente o relatório de emprego payroll de junho, às 9h30 (horário de Brasília). O dado é o principal destaque da agenda antes do feriado de 4 de Julho, que levará ao fechamento antecipado das bolsas americanas a partir das 14h.

A depender do ritmo de geração de vagas e da variação nos salários, o payroll pode influenciar diretamente as apostas sobre o início do corte de juros pelo Federal Reserve. A divulgação ocorre na esteira de um dado mais fraco que o esperado nesta quarta-feira, quando a pesquisa ADP mostrou a eliminação de 33 mil empregos no setor privado.

No mesmo horário do payroll, o Departamento do Trabalho americano também publica os pedidos semanais de auxílio-desemprego, e o Departamento de Comércio, a balança comercial de maio. Mais tarde, às 11h, saem as encomendas à indústria e o PMI de serviços (ISM).

A manhã também será movimentada por indicadores na zona do euro: às 8h30, o Banco Central Europeu (BCE) divulga a ata de sua última reunião de política monetária.

No Brasil, a divulgação dos PMIs de junho pelo S&P Global, às 10h, pode ajudar a calibrar as perspectivas para a economia brasileira no segundo semestre. Às 11h45, o Tesouro realiza leilões de LTN e NTN-F.

No campo político, o destaque é a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, onde participa da 66ª cúpula do Mercosul. A ida à Argentina ocorre em meio a movimentos do Planalto para desarmar a crise institucional com o Congresso, após a derrubada do decreto do IOF. O governo tenta retomar o diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado, prometendo apresentar um projeto próprio de revisão dos incentivos fiscais depois do recesso.

O clima político tenso não impediu os mercados de melhorarem a percepção de risco, diante da aposta em um cenário externo melhor para ativos emergentes. Nesta quarta-feira, o dólar voltou a cair e algumas casas já estimam a moeda americana próxima de R$ 5,30, caso o payroll confirme sinais de desaceleração da economia dos EUA.

Também repercute nesta quinta a pesquisa do Instituto Gerp, divulgada pela EXAME, mostrando que Lula seria derrotado por seis dos oito nomes testados em simulações de segundo turno para as eleições de 2026. Embora o levantamento mostre estabilidade na aprovação do governo (em 32%), a desaprovação ainda é alta, em 59%, sinalizando que o cenário político segue desafiador para o Planalto.

Mercados internacionais

Os mercados da Ásia fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com destaque para o índice do Vietnã, que subiu 0,3% e alcançou o maior nível desde abril de 2022, impulsionado por um novo acordo comercial com os Estados Unidos.

O Kospi, da Coreia do Sul, avançou 1,34% e o Kosdaq subiu 1,43%. Na China, o CSI 300 teve alta de 0,62%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,78%. O Nikkei 225, do Japão, fechou estável, e o índice australiano S&P/ASX 200 também encerrou o pregão praticamente no zero a zero.

Na Europa, os índices operavam majoritariamente em alta por volta das 8h (horário de Brasília). O europeu Stoxx 600 subia 0,14%, puxado pelo FTSE 100, de Londres, com avanço de 0,38%. O DAX, de Frankfurt, registrava leve alta de 0,09%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuava 0,11%.

Nos Estados Unidos, os futuros também indicavam abertura positiva, com investidores à espera do payroll de junho. O futuro do S&P 500 subia 0,03%, o do Nasdaq 100, 0,04% e o do Dow Jones, 0,08%. Na véspera, S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes de fechamento, enquanto o Dow Jones caiu 0,02%.

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