Shein: empresa escolheu a Coteminas para fabricar roupas no Brasil; empresa já estava em dificuldade financeira na época (Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de maio de 2024 às 14h14.
Última atualização em 8 de maio de 2024 às 14h25.
A Coteminas informou nesta quarta-feira, 8, que obteve decisão favorável ao pedido de recuperação judicial. O pedido, segundo a companhia, foi realizado após o fundo de investimento em participações (FIP) Ordenes alegou vencimento antecipado das debêntures emitidas pela Ammo Varejo, do mesmo grupo da Coteminas. Como consequência do vencimento antecipado o FIP pretendia garantir a transferência da totalidade das ações da Ammo, de titularidade da Coteminas.
A Shein escolheu a Coteminas para uma parceria visando a confecção das roupas da empresa no Brasil. A parceria foi anunciada em meio aos planos do governo em aumentar os impostos sobre importações.
Na época do anúncio da parceria, as ações da Coteminas chegaram a triplicar de valor.
A Coteminas, no entanto, afirma que, desde o fim da pandemia, "vem tendo seus negócios negativamente impactados pela combinação de fatores adversos que acarretaram dificuldades financeiras".
Apesar das dificuldades financeiras alegadas pela empresa, ninguém sabe ao certo o tamanho do problema, dado que as divulgações de balanços estão atrasadas. A última publicação foi referente ao primeiro trimestre de 2023, divulgado em novembro. Àquela altura, a receita vinha caindo pela metade na comparação anual. Sua dívida líquida estava em R$ 672,5 milhões, R$ 82 milhões acima do trimestre imediatamente anterior.
As ações da Coteminas caem cerca de 1% nesta quarta, levando seu valor de mercado para perto de R$ 140 milhões. Em um ano, a queda é próxima de 50%.
Com o pedido de recuperação judicial aceito, a Coteminas diz que "conseguirá a sua restruturação financeira e de todas as empresas do grupo".