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Paramount desiste de fusão com a Warner após meses de negociações

Após tentativas frustradas de fusão com Warner Bros. e Comcast, Paramount opta por acordo com Skydance Media

Paramount encerra negociações com Warner Bros. e Comcast e decide pela fusão com a Skydance Media. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Paramount encerra negociações com Warner Bros. e Comcast e decide pela fusão com a Skydance Media. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 11h47.

A Paramount, dona de redes como CBS e MTV, encerrou conversas para uma potencial fusão com a Warner Bros. Discovery após meses de negociações sem resultados concretos. Documentos regulatórios divulgados na segunda-feira, 4, revelam que a Paramount buscou alternativas de parceria e venda antes de firmar um acordo de fusão com a Skydance Media, produtora de filmes e televisão independente fundada por David Ellison. Ao todo, a Paramount discutiu com pelo menos 12 potenciais parceiros, identificados na documentação de forma anônima.

De acordo com a Bloomberg, as conversas com a Warner Bros., que era identificada como a “Parte A”, começaram em dezembro, com reuniões entre o CEO da Paramount, Bob Bakish, e o CEO da Warner Bros., David Zaslav. Contudo, em fevereiro, a Paramount interrompeu o compartilhamento de informações financeiras, frustrada pela falta de uma proposta formal de fusão.

Apesar de Zaslav reiterar o interesse na fusão em uma reunião com Bakish no final de fevereiro, as conversas com a National Amusements, a holding controlada pela família Redstone e acionista majoritária da Paramount, indicaram que um acordo em dinheiro seria necessário para avançar, e que tal transação seria complicada sob os termos propostos pela Warner Bros.

Resultados financeiros abaixo do esperado

A decisão de explorar uma venda foi influenciada pelos resultados financeiros abaixo do esperado da Paramount em maio de 2023. O conselho decidiu cortar dividendos, reduzindo o fluxo de caixa para a National Amusements de cerca de US$ 60 milhões (R$ 359 milhões) para US$ 13 milhões (R$ 77,88 milhões) anuais, o que levou os controladores a considerar novas opções.

A Paramount também dialogou com a Comcast, o empresário de mídia Byron Allen e a Apollo Global Management. A Comcast, identificada como "Parte B", manifestou interesse inicial, mas não pela compra integral da empresa. O CEO da Comcast, Brian Roberts, sugeriu uma parceria de licenciamento de conteúdo e, posteriormente, propôs uma joint venture entre o serviço de streaming Peacock e o Paramount+, mas com a exigência de controle majoritário da Comcast.

Byron Allen, que também havia demonstrado interesse em outros ativos da Paramount anteriormente, foi identificado como "Parte D". Contudo, as negociações não avançaram devido à falta de especificidade quanto ao financiamento. Já a Apollo, identificada como "Parte C", propôs a aquisição dos negócios de cinema da Paramount e alguns estúdios de televisão, mas não ofereceu um valor específico para as ações. A falta de detalhes nas propostas da Apollo causou surpresa entre os membros do conselho, que esperavam maior urgência no processo.

No entanto, a Skydance, apoiada pelo cofundador da Oracle, Larry Ellison, pai de David Ellison, manteve-se firme em sua oferta de uma fusão com a Paramount. Em abril, a Paramount concedeu exclusividade à produtora nas negociações, o que resultou em um acordo formal em julho deste ano.

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