Sócio fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio. (Kimberly White/Getty Images)
Paula Barra
Publicado em 27 de março de 2021 às 16h26.
Última atualização em 28 de março de 2021 às 11h55.
Um dos mais bem-sucedidos investidores do mundo, o bilionário Ray Dalio, da Bridgewater Associates, alertou, em nova entrevista esta semana, que o mercado de ações vive uma bolha da metade da magnitude daquelas que desencadearam derrocadas históricas das bolsas, como no estouro da ponto.com, em 2000, e da Grande Depressão, em 1929.
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Em entrevista ao Yahoo Finance, o gestor disse que algumas ações de alto desempenho se beneficiaram de negociações especulativas e focadas em preços. Ele atribuiu a recente volatilidade do mercado a uma rotação de investidores em busca de empresas que não se beneficiaram da pandemia como algumas de tecnologia.
"O que aconteceu é o que – como em muitos ciclos – novas ideias, novas tecnologias surgem e trazem revoluções fabulosas, E isso é ótimo". "Mas há uma tendência dos investidores extrapolarem o passado e não prestarem muita atenção ao preço e, quando isso acontece, começa a surgir uma espécie de bolha", disse Dalio.
Pelas medições do fundador da Bridgewater, que possui 150 bilhões de dólares em ativos sob gestão, a bolha que se forma agora ainda não é do tamanho das que ocorreram em 2000 ou 1929, mas está "a meio caminho andado".
Apesar da pandemia no ano passado, o S&P 500, um dos principais índices acionários americanos, encerrou 2020 com retorno total de cerca de 18%. O movimento foi impulsionado por gigantes da tecnologia que se beneficiaram com a popularização de serviços de e-commerce e streaming de entretenimento, com as lojas de rua fechadas por conta da covid e as pessoas em casa.
Na última sexta-feira, o S&P 500 subiu 1,66%, renovando outro recorde de fechamento, ao atingir os 3.974,54 pontos. Em 2021, o índice já acumula ganhos de quase 6%.