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Para o CEO do JPMorgan, China não é o problema — os EUA são

Jamie Dimon alerta para problemas domésticos e defende reformas em áreas chave como regulação, saúde e educação

Publicado em 2 de junho de 2025 às 06h23.

O CEO do JPMorgan Chase (JPM), Jamie Dimon, fez um alerta na última sexta-feira, 30, durante o Reagan National Economic Forum, ao afirmar que os Estados Unidos precisam "colocar a casa em ordem" com urgência, diante de um cenário global cada vez mais desafiador, marcado por tensões comerciais e disputas geopolíticas.

Ao ser questionado sobre sua maior preocupação no momento, Dimon destacou as mudanças no cenário econômico e político mundial, especialmente as relações com a China, e apontou para o que chamou de "inimigo interno", em referência a problemas estruturais dos EUA.

Segundo Dimon, isso inclui a necessidade de reformar áreas como licenciamento, regulação, sistema tributário, imigração, educação e saúde. Ele também enfatizou a importância de manter alianças militares estratégicas.

"China é um potencial adversário", afirmou. "Eles estão fazendo muitas coisas bem, embora também enfrentem seus próprios problemas. O que realmente me preocupa somos nós. Nossos valores, nossa capacidade de gestão e nossas prioridades."

O executivo afirmou ainda que, se os EUA não se mantiverem como principal potência econômica e militar nas próximas décadas, correm o risco de perder o status de moeda de reserva global. “Isso é um fato”, disse.

Apesar de acreditar na resiliência histórica dos EUA, Dimon destacou que o momento atual exige respostas mais rápidas e eficazes. “Temos que agir rapidamente”, alertou.

Dimon também comentou sobre sua recente viagem à China e sugeriu que os líderes norte-americanos mantenham o diálogo com o país asiático. “Eles não estão com medo, pessoal”, afirmou, acrescentando que a expectativa de uma postura submissa por parte dos chineses em relação aos EUA é irreal.

As declarações de Dimon vêm em meio a um novo capítulo da escalada comercial entre Washington e Pequim. Na sexta-feira, o presidente Donald Trump acusou a China de violar o acordo comercial entre os dois países e anunciou que vai dobrar as tarifas sobre importações de aço, de 25% para 50%, a partir de quarta-feira.

A medida reacende preocupações nos mercados, que já haviam sido abalados por tarifas impostas no início do ano. Embora parte das tensões tenha sido amenizada por negociações posteriores, o risco de novas tarifas segue como fator de instabilidade para investidores e economistas.

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