Mercados

Para melhor analista, minério de ferro ficará abaixo de US$ 50

A matéria-prima cairá para uma média de US$ 62 no 3º tri e para US$ 59 nos últimos três meses do ano, disse economista sênior da Westpac Banking Corp

Minério de ferro: a matéria-prima oscilou fortemente na semana passada após chegar perto do menor patamar em seis meses (Beawiharta/Reuters)

Minério de ferro: a matéria-prima oscilou fortemente na semana passada após chegar perto do menor patamar em seis meses (Beawiharta/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2017 às 17h27.

Cingapura - O minério de ferro está destinado a ficar novamente abaixo de US$ 50 a tonelada no ano que vem porque a oferta continuará subindo, segundo o principal analista do metal, que alertou que a redução dos preços provavelmente incentivará a venda dos estoques.

A matéria-prima cairá para uma média de US$ 62 no terceiro trimestre e para US$ 59 nos últimos três meses do ano antes de atingir um mínimo de US$ 41 ao longo de 2018, disse Justin Smirk, economista sênior da Westpac Banking Corp.

A Westpac ficou em primeiro lugar na previsão de preços no primeiro trimestre, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O minério de ferro oscilou fortemente na semana passada após chegar perto do menor patamar em seis meses porque os investidores viram sinais de força na China, país que é o maior usuário da matéria-prima, entre eles a produção recorde de aço em março frente a projeções de aumento da oferta.

As principais mineradoras, incluindo a brasileira Vale, estão trazendo capacidade nova ao mercado e reforçando as vendas internacionais enquanto as mineradoras da China estão recuperando a produção. Smirk disse que houve um enorme aumento da oferta chinesa.

“Com o aumento da oferta e a queda dos preços, as pessoas começarão a questionar se vale a pena manter os estoques”, disse Smirk, em entrevista por telefone, na sexta-feira.

“Os sinais agora estão empurrando em uma direção: vamos ter alguma volatilidade, mas o impulso tem uma tendência de queda agora.”

Após o fim de uma semana volátil, o minério de ferro à vista com 62 por cento de teor ferroso em Qingdao caiu 2,5 por cento na segunda-feira, para US$ 66,53 a tonelada, segundo a Metal Bulletin.

A commodity -- que atingiu US$ 94,86 em fevereiro -- ficou em uma média de US$ 86 nos três primeiros meses e de US$ 72,32 neste trimestre. Os futuros caíram em Dalian e Cingapura, com o contrato SGX AsiaClear em queda de até 3,9 por cento.

A perspectiva da Westpac, que tem sede em Sidney -- que também ficou em primeiro lugar na projeção dos metais de base --, contrasta com a visão do Australia & New Zealand Banking Group de que os preços se manterão entre US$ 70 e US$ 80 no restante do ano.

Muitos outros bancos estão pessimistas, incluindo o Barclays, que afirmou em uma nota na segunda-feira que embora possa se recuperar a curto prazo, o minério de ferro cairá para perto de US$ 50 no quarto trimestre com a piora dos fundamentos.

O Goldman Sachs atribuiu a queda recente do ferro ao consumo dos estoques pelas usinas, ao fato de as traders estarem sendo forçadas a vender posições porque os preços começaram a cair e também ao declínio das margens do aço, segundo um relatório de 20 de abril. No início do mês, o banco sinalizou perspectivas de fraqueza do minério de ferro no segundo semestre.

Acompanhe tudo sobre:ValePreçosChinaMinério de ferro

Mais de Mercados

Lucro da B3 sobe para R$ 1,2 bilhão no 3º tri, mas principal linha de receita recua

Dividendos mais altos? Reforma tributária pode antecipar distribuições, diz Bofa

Disney está perdendo milhões de dólares por dia devido ao bloqueio do YouTube TV

Microsoft e Google vão investir US$ 16 bilhões em IA na Europa