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PANORAMA3-Tensão entre Coreias e crise na Irlanda abatem mercado

Por José de Castro SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - Impasses geopolíticos entre as Coreias e a crise na Irlanda ditaram mais um dia de baixa em bolsas de valores e commodities nesta terça-feira, enquanto o dólar subia globalmente. O índice MSCI de ações globais recuava quase 2 por cento no final da tarde, […]

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2010 às 17h50.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - Impasses geopolíticos
entre as Coreias e a crise na Irlanda ditaram mais um dia de
baixa em bolsas de valores e commodities nesta terça-feira,
enquanto o dólar subia globalmente.

O índice MSCI de ações globais recuava
quase 2 por cento no final da tarde, com investidores
preterindo ativos considerados de maior risco depois que
Pyongyang disparou dezenas de projéteis contra uma ilha
sul-corenana. A investida já é considerada a mais ofensiva
desde o fim da Guerra da Coreia em 1953.

Os problemas na Irlanda também seguiram na pauta. O mercado
teme que nem mesmo o plano de ajuda a Dublin delineado por
União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) possa
ser suficiente para restaurar o setor bancário do país,
aumentando a possibilidade de contágio a outras nações
periféricas da zona do euro.

Como resposta, a moeda única recuava à mínima em dois meses
ante o dólar, que subia ante uma cesta de divisas . A
revisão para cima do crescimento da economia norte-americana no
terceiro trimestre também atuou a favor do dólar
[ID:nN23149976].

O mau humor se estendia às bolsas. As ações na Europa
fecharam na mínima em seis semanas, enquanto os
mercados de ações nos Estados Unidos exibiam quedas superiores
a 1 por cento. A baixa nos metais, que acompanhavam o
desempenho geral das matérias-primas , levou a Bovespa ao
menor nível desde setembro.

O mercado doméstico de câmbio, contudo, captou a aversão a
risco externa com menos intensidade, em meio a perspectivas de
maior rentabilidade em aplicações locais no curto prazo diante
da crescente avaliação de que o Banco Central terá de subir o
juro em 2011.

Tal expectativa --reforçada pela aceleração a 0,86 por
cento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA-15) neste mês-- manteve os DIs curtos em alta.

Além da inflação, o principal foco do mercado de juros
recai sobre a nomeação de um novo presidente para a autoridade
monetária. No final da tarde, o site do jornal Folha de S.Paulo
divulgou que a presidente eleita Dilma Rousseff convidou o
diretor de Normas da autoridade monetária, Alexandre Tombini,
para presidir o banco [ID:nN23162131].

A sessão contou ainda com a ata da última reunião do
Federal Reserve, na qual os membros do Fed consideraram
alternativas ainda mais drásticas para estimular a economia,
antes de decidirem pelo programa de compra de títulos do
governo.

Da agenda doméstica, o Brasil registrou em outubro déficit
em transações correntes de 3,7 bilhões de dólares em outubro, o
maior para o mês em 12 anos, reflexo da forte demanda por bens
e serviços importados [ID:nN23122095]

Veja a variação dos principais mercados nesta x-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,735 real, em alta de 0,29 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa caiu 2,41 por cento, para 67.952 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 6,57 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros recuava 2,84 por
cento, a 34.099 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,83 por cento ao ano, ante
11,77 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3370 dólar,
ante 1,3625 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 138,438 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,343 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil subia 3 pontos, para 186 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 4 pontos, a 256 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
perdia 1,30 por cento, a 11.033 pontos; o S&P 500 tinha
queda de 1,40 por cento, a 1.180 pontos, e o Nasdaq
retrocedia 1,47 por cento, a 2.494 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
caiu 0,49 dólar, ou 0,6 por cento, a 81,25 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,7674
por cento ante 2,806 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Edição de Isabel Versiani)

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