SÃO PAULO, 10 de fevereiro (Reuters) - Os mercados
financeiros domésticos tiveram um dia de ajustes moderados, com
os investidores ainda reverberando o anúncio de corte no
Orçamento feito na véspera pelo governo federal.

A contenção de 50 bilhões de reais em despesas, no entanto,
veio em linha com as projeções e não chegou a mudar o cenário
por parte de economistas para o ano, incluindo inflação e
Selic. Uma prova disso foi o mercado de renda fixa, que já
estava fechado na véspera quando o ministro Guido Mantega
anunciou os cortes, teve alta nos prêmios dos contratos de
Depósito Interfinanceiro (DI).

Pareceu surtir mais efeito nos negócios do setor a
divulgação de outro índice de preços, mostrando inflação ainda
pressionada. A primeira prévia de fevereiro do Índice Geral de
Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,66 por cento, acima do avanço
de 0,42 por cento em igual período de janeiro.

De pouco adiantou o Banco Central divulgar um incomum
relatório das atividades de crédito, com números parciais de
janeiro, mostrando que as medidas macroprudenciais adotadas em
dezembro com para conter a expansão dos financiamentos já
surtiu o efeito esperado [nN10276596].

Além disso, a notícia de que o número de pedidos iniciais
de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caiu mais que o
esperado na última semana, atingindo o menor nível em dois anos
e meio, respaldou apostas de que o juro no país pode começar a
subir na virada de 2011 para 2012, o que deve ter impacto no
mundo todo.

Com isso, o dólar recuperou-se frente a uma cesta de
moedas. Esse movimento não passou despercebido no câmbio
doméstico, com a moeda norte-americana subindo frente ao real,
também com intervenções do Banco Central mais pesadas que no
dia anterior, com dois leilões de compra de dólares no mercado
à vista e um leilão de swap reverso, equivalente a uma
intervenção no mercado futuro [ID:nN10275241].

Já a Bovespa teve leve recuperação, apoiada em ganhos das
petroleiras OGX e Petrobras , após perdas
pesadas que ainda mantêm o Ibovespa perto das mínimas desde
agosto.

Veja a agenda com os principais indicadores desta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou o dia valendo 1,671 real, em alta de 0,60
por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 0,56 por cento, para 64.577 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 6,7 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros subiu 0,17 por
cento perto do fechamento, a 34.628 pontos.

JUROS

No call das 16h, o DI janeiro de 2012 estava em 12,32 por
cento ao ano ante 12,31 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3593 dólar,
ante 1,3727 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía para 133,750 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,946 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 4 pontos, para 169 pontos-básicos. O
EMBI+ operava a 249 pontos-básicos, com baixa de 4 pontos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones cedeu 0,09 por cento, a 12.229
pontos, o S&P 500 subiu 0,07 por cento, a 1.321 pontos,
e o Nasdaq teve valorização de 0,05 por cento, aos
2.790 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto fechou estável,
a 86,73 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 3,7060
por cento ante 3,674 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal
de notícias da Reuters pelo código ))

(Texto de Aluísio Alves; edição de Silvio Cascione)