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Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 19h19.
SÃO PAULO, 9 de fevereiro (Reuters) - O governo confirmou
as expectativas ao anunciar um corte inédito no Orçamento, mas
isso não foi bastante para derrubar as projeções de juros ou
evitar outra derrocada da Bovespa nesta quarta-feira.
Com uma redução de despesas de 50 bilhões de reais nas
despesas orçamentárias previstas para o ano, o governo reiterou
o discurso de que a contenção da demanda pública terá papel
relevante no controle da inflação nos próximos meses.
"A redução de gastos tende a ser definitiva", afirmou o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar as medidas.
"Será mais drástico este ano do que foi em outros anos."
Para economistas, a redução na demanda doméstica decorrente
dos cortes evitará um aumento ainda maior do que o já previsto
para a Selic este ano, em meio aos esforços do governo para
conter a inflação, incluindo medidas macroprudenciais para
desacelerar a expansão do crédito.
Os mercados, no entanto, reagiram friamente. No câmbio, o
dólar não mudou a trajetória e caiu, acompanhando a valorização
do euro no mercado internacional e a continuidade da entrada de
recursos no país.
Da mesma forma, na Bovespa o principal índice das ações
brasileiras caiu mais de 2 por cento, para os menores níveis
desde o fim de agosto, com a continuidade da saída de
estrangeiros para outras bolsas.
No segmento de renda fixa, onde os negócios foram
encerrados pouco antes do anúncio das medidas, as projeções de
juro futuro tiveram discreta alta, corrigindo parte do exagero
de queda da véspera.
Na quinta-feira, os investidores conferem indicadores de
emprego da Fiesp e de atividade na indústria, referentes a
dezembro, pela CNI. Além disso, o BC divulga dados atualizados
da atividade de crédito que devem mostrar a desaceleração do
setor após as medidas tomadas pela autoridade monetária.
Veja como fecharam os principais mercados nesta
terça-feira:
CÂMBIO
O dólar terminou o dia valendo 1,661 real, em baixa de 0,36
por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caiu 2,36 por cento, para 64.217 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 7,5 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros perdeu 2,27 por
cento perto do fechamento, a 34.571 pontos.
JUROS
No call das 16h, o DI janeiro de 2012 estava em 12,31 por
cento ao ano ante 12,30 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3730 dólar,
ante 1,3727 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 134,438 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,813 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 9 pontos, para 171 pontos-básicos. O
EMBI+ operava a 250 pontos-básicos, com alta de 8 pontos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subiu 0,06 por cento, a 12.239
pontos, o S&P 500 cedeu 0,28 por cento, a 1.320 pontos,
e o Nasdaq teve desvalorização de 0,29 por cento, aos
2.789 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caiu 0,15 por
cento, a 86,79 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 3,6525
por cento ante 3,737 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código ))
(Texto de Aluísio Alves; edição de Silvio Cascione)