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PANORAMA3-Bovespa descola de NY e cai, Europa segue no radar

Por José de Castro SÃO PAULO, 20 de dezembro (Reuters) - O bom desempenho das matérias-primas ofereceu suporte às bolsas de valores nos Estados Unidos e na Europa nesta segunda-feira, apesar de preocupações renovadas com os problemas de dívida no velho continente. Mas no Brasil a Bovespa novamente descolou de seus pares internacionais, recuando ao […]

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 17h52.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 20 de dezembro (Reuters) - O bom desempenho das
matérias-primas ofereceu suporte às bolsas de valores nos
Estados Unidos e na Europa nesta segunda-feira, apesar de
preocupações renovadas com os problemas de dívida no velho
continente. Mas no Brasil a Bovespa novamente descolou de seus
pares internacionais, recuando ao menor nível em pouco mais de
três meses.

A menos de uma semana do Natal, investidores já começaram a
se ausentar dos negócios, o que reduz a liquidez e costuma
aumentar o peso de operações isoladas.

Foi o que aconteceu no mercado de câmbio doméstico, no qual
ingressos pontuais de recursos levaram o dólar a quebrar uma
sequência de três altas. Tal movimento foi na contramão do
exterior, em que a moeda norte-americana subia ante uma cesta
de divisas , em mais um dia de queda do euro.

A moeda única europeia caiu abaixo da média móvel de 200
dias ante a norte-americana e atingia as mínimas históricas
frente ao franco suíço e ao dólar australiano
, ainda pressionada por temores com uma crise de
dívida no velho continente.

No mais recente revés aos esforços de autoridades europeias
para conter os problemas na região, a Moody's disse que pode
cortar os ratings de alguns bancos espanhois. A ameaça vem após
a agência de classificação de risco ter rebaixado na
sexta-feira a nota de crédito da Irlanda.

Não bastassem tais problemas, investidores especulam que
instituições bancárias da França e Bélgica possam ser os
próximos alvos.

Ao menos nesta sessão, contudo, os temores quanto à dívida
soberana não contaminaram as ações do continente. Amparado pelo
bom desempenho das mineradoras e empresas de serviços públicos,
o índice FTSEurofirst 300 fechou na máxima desde
setembro de 2008, mês do colapso do banco de investimento
Lehman Brothers.

A performance das mineradoras europeias teve suporte na
alta dos preços dos metais, espelhada pelo índice
Reuters-Jefferies CRB de commodities , que terminou com
ganho de 1,14 por cento.

O petróleo também avançou, o que dava fôlego às bolsas de
valores em Nova York. Os índices registravam ganhos adicionais
pelo vigor de papéis do setor financeiro.

Os setores que davam suporte aos mercados europeus e
norte-americanos, no entanto, foram os responsáveis pela queda
da Bovespa. O mercado reagiu à informação de que a Hypermarcas
reforçou sua presença no setor de medicamentos ao
comprar o laboratório Mantecorp por 2,5 bilhões de reais, o que
fez a ação da companhia despencar mais de 5 por cento.

Investidores também acompanharam notícias não confirmadas
de que Sara Lee estaria em conversações para ser
vendida à JBS . Os papéis da companhia brasileira
fecharam no vermelho [ID:nN20149358] [ID:nN20200622].

O giro na bolsa foi inflado pelo exercício de opções sobre
ações, que movimentou 2,996 bilhões de reais.

No segmento de renda fixa, por outro lado, o volume foi dos
menores. As projeções de juros oscilaram em torno da
estabilidade, após um dado de inflação corrente e o relatório
Focus do Banco Central não trazerem grandes surpresas.

Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) teve alta de 0,75 por
cento na segunda prévia de dezembro [ID:nN20292678]. Também o
Focus mostrou nova elevação nas projeções de inflação para este
ano e para o próximo [ID:nN20178344].

Ainda na pauta doméstica, a participação dos estrangeiros
na dívida interna voltou a cair em novembro, como resultado do
aumento da taxação sobre as aplicações, segundo números
reportados pelo Tesouro Nacional [ID:nN20226564].

Veja a variação dos principais mercados nesta
segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,708 real, em queda de 0,41 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 1,06 por cento, para 67.263 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 10,62 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros tinha queda de
0,70 por cento, a 34.887 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,88 por cento ao ano, ante
11,85 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3122 dólar, ante
1,3180 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 135,438 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,814 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 25 pontos, para 174 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 11 pontos, a 247 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
tinha ligeira queda de 0,1 por cento, a 11.480 pontos; o S&P
500 subia 0,26 por cento, a 1.247 pontos, e o Nasdaq
tinha valorização de 0,30 por cento, a 2.650 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,79 dólar, ou 0,9 por cento, a 88,81 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, mostrava estabilidade, oferecendo
rendimento de 3,3339 por cento ante 3,338 por cento no
fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Edição de Isabel Versiani)

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