SÃO PAULO, 25 de outubro (Reuters) - Investidores
utilizaram a falta de um acordo cambial mais firme por parte do
G20 como argumento para voltar a vender dólares, o que
beneficiou as ações e as commodities nesta segunda-feira.

No final de semana, os ministros de finanças das 20
principais economias do mundo prometeram atuar para que as
taxas de câmbio reflitam as condições de mercado,
comprometendo-se também a combater a manipulação das moedas
para ganho de competitividade.

Contudo, nenhuma grande iniciativa prática veio à tona, e
os Estados Unidos não conseguiram obter apoio em sua proposta
de diminuir o superávit chinês. Assim, ganhou força a ideia de
que o Federal Reserve de fato embarcará numa nova rodada de
expansão monetária.

Resultado: a moeda norte-americana cedeu ante uma cesta de
divisas , recuando a uma nova mínima em 15 anos contra o
iene . O movimento do dólar no exterior prevaleceu sobre
as operações locais, mesmo com as incertezas sobre mais medidas
do governo para brecar a alta do real.

Em entrevista à Reuters, o secretário do Tesouro, Arno
Agustin, afirmou que as autoridades não descartam nenhuma ação
nesse sentido. Mais tarde, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, disse que o governo não está estudando reintroduzir o
Imposto de Renda sobre ganhos com aplicações em renda fixa
[ID:nN25276991] [ID:nN25280792].

Notícias referindo-se à possibilidade desse tipo de taxação
repercutiram no mercado de renda fixa, elevando as projeções de
juros futuros, com o mercado também refletindo a piora na
projeção de inflação no relatório Focus [ID:nN25202798].

Nem a Bovespa escapou incólume à percepção de que o capital
externo de maneira geral está sendo monitorado. Por isso, as
ações ficaram perto da estabilidade, a despeito dos ganhos em
Nova York. Os principais índices acionários norte-americanos
alcançaram a máxima em cinco meses e meio.

Da pauta doméstica, o Banco Central informou que o déficit
em transações correntes foi de 3,850 bilhões de dólares no mês
passado. O BC reportou também que o fluxo cambial está positivo
em 3,793 bilhões de dólares em outubro até dia 21
[ID:nN25226421][ID:nN25272657]

Ainda, o governo elevou para 195 bilhões de dólares a meta
para as exportações brasileiras neste ano, ante meta anterior
de 180 bilhões de dólares [ID:nN25278305].

Veja como terminaram os principais mercados nesta
segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,701 real, em queda de 0,47 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa teve oscilação positiva de 0,07 por cento, a
69.580 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 7,88 bilhões
de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros subiu 1,22 por
cento, a 35.546 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,42 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,36 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3968 dólar, ante
1,3949 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 140,188 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,147 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil recuava 8 pontos, a 175 pontos-básicos. O
EMBI+ cedia 10 pontos, a 247 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones avançou 0,28 por cento, para
11.164 pontos. O Nasdaq subiu 0,46 por cento, para
2.490 pontos. O S&P 500 ganhou 0,21 por cento, para
1.185 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
teve alta de 0,83 dólar, ou 1 por cento, para 82,52 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, exibiam leve baixa, oferecendo
rendimento de 2,5650 por cento ante 2,561 por cento no
fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)