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Pânico por Fed, treasury na máxima em 15 anos, novas ações da Eletrobras e o que move o mercado

Ativos de risco, como ações e criptmoedas, voltam a registrar fortes quedas em meio à expectativa de juros mais altos nos Estados Unidos

NYSE: índices futuros americanos caem mais de 2% na manhã desta segunda-feira,13 (Spencer Platt/Getty Images)

NYSE: índices futuros americanos caem mais de 2% na manhã desta segunda-feira,13 (Spencer Platt/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de junho de 2022 às 07h13.

Última atualização em 13 de junho de 2022 às 08h18.

Apostas de que o Federal Reserve (Fed) tenha que endurecer seu aperto monetário voltam a ganhar força nesta segunda-feira, 13, a dois dias da Super Quarta. A chance de que os juro americano suba em 75 pontos base, para o intervalo de 1,5% e 1,75%, agora são de 24% contra 3,1% de uma semana atrás. Na sexta-feira, 10, a inflação ao consumidor dos Estados Unidos de maio saiu acima do esperado, com as preocupações entendendo-se para esta semana.

O rendimento do título do Tesouro americano (treasury) de 2 anos, que indica a expectativa de juro médio para o período, bateu 3,2% -- o maior nível desde de dezembro de 2007.

O maior pagamento dos títulos do Tesouro americano, considerados os mais seguros do mundo, provoca uma reação em cadeia no mercado. Ativos de risco, como ações e criptomoedas despencam, dando continuidade ao pânico dos últimos dias. Os índices Nasdaq e S&P 500 caíram mais de 5% na última semana, estendendo as respectivas perdas no ano para 27% e 18%.

Por trás das quedas estão perspectivas de lucros menores por pressão de margens. Se de um lado o juro mais altos encarece o financiamento de empresas e enfraquece a demanda, de outro a inflação aumenta os custos.

A alta de juros nos Estados Unido reduz ainda mais o interesse para histórias de crescimento e novos projetos. O cenário tem penalizado empresas de tecnologia com expectativas de lucro distantes do horizonte de investidores -- e também as criptomoedas. Embora apresentada como um hedge contra a inflação, devido à contínua queda de emissões, o Bitcoin já caiu mais de 40% desde o início do ano. Desde sexta, a queda é de mais de 15%.

Na hora do medo, é para o dólar que os investidores correm. A moeda americana volta a subir no mundo todo, contra divisas emergentes e desenvolvidas. Frente ao peso mexicano, considerado um dos pares mais próximos do real, a alta supera 2% nesta manhã. O Dxy, que representa a variação do dólar contra uma cesta de moedas desenvolvidas mais negociadas do mundo, volta a se aproximar de 105 pontos, o mais patamar em 20 anos.

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  • Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

    • Hang Seng (Hong Kong) - 3,39%
    • SSE Composite (Xangai): - 0,89%
    • FTSE 100 (Londres): - 1,75%
    • DAX (Frankfurt): - 2,10%
    • CAC 40 (Paris): - 2,19%
    • S&P 500 futuro (Nova York): - 2,23%
    • Nasdaq futuro (Nova York): - 2,72%
    • Bitcoin: + 12,95%, US$ 23.930
    • S&P 500 VIX: + 17,73%, 32,67

Copom no horizonte

É nesse ambiente de elevada aversão ao risco que o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciará sua reunião nesta terça-feira, 14. Economistas esperam que na decisão de quarta o Copom suba a taxa Selic em mais 50 pontos base, de 12,75% para 13,25%, e pare por aí. No Brasil, onde a ciclo de alta de juros está próximo do fim, a inflação já dá sinais de ter passado do pico. O IPCA de maio, divulgado na ultima semana, saiu menor que o esperado, em 11,73% no acumulado de 12 meses, e abaixo dos 12,13% do mês anterior.

Eletrobras 

Nesta segunda, estreiam as novas ações da Eletrobras, emitidas na oferta que marcou a privatização da companhia. Embora a expectativa de que, privatizada, as ações da companhia renderão retornos atrativos, o curto prazo tem sido desafiados. Na sexta-feira, os papéis caíram 4% e fecharam abaixo dos R$ 42 em que foram precificados na oferta.

Veja também: 
Gestora de ações internacionais dribla bear market no exterior com estratégia anticrise

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