Pague Menos: integração da Extrafarma começa a trazer frutos mais concretos (Pague Menos/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 11 de março de 2025 às 16h04.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 16h08.
As ações da Pague Menos (PGMN3) recuam mais de 5% nesta terça-feira, 11, negociadas a R$ 2,88, mesmo após a divulgação de resultados sólidos no quarto trimestre de 2024. Os papéis chegaram a cair 10% nas primeiras horas de pregão.
A varejista farmacêutica apresentou um crescimento expressivo de 17,4% na receita bruta em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo desempenho positivo das vendas em mesmas lojas (SSS), que avançaram 16,4%.
Apesar dos avanços operacionais, a preocupação do mercado segue concentrada na alavancagem financeira da companhia. O endividamento líquido ajustado atingiu R$ 1,8 bilhão, resultando em uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,8x, bem acima de concorrentes como Raia Drogasil (0,9x) e Panvel (1,1x).
Essa posição reforça o receio de parte do mercado de que a empresa tenha desafios na gestão do capital e na necessidade de refinanciamento da dívida ao longo de 2025.
No lado positivo, a Pague Menos conseguiu expandir sua margem bruta em 0,5 ponto percentual (p.p.), alcançando 29,7%, enquanto a margem EBITDA ajustada subiu para 4,6% (+0,49 p.p.). O lucro líquido ajustado cresceu 22,8% ano contra ano, totalizando R$ 77,1 milhões no trimestre.
A integração da Extrafarma também começa a trazer frutos mais concretos. A produtividade das lojas da bandeira cresceu 21% no ano, e a participação das vendas omnichannel alcançou 16,4% no grupo.
Contudo, ainda existe uma diferença relevante entre as operações: a produtividade das lojas da Extrafarma é 18% inferior à das unidades da Pague Menos, com ticket médio 10% menor.
Embora a companhia tenha reduzido seu ciclo de caixa em 7 dias e apresentado melhora na gestão de estoques e fornecedores, a liquidez segue apertada.
O caixa fechou em apenas R$ 150 milhões, enquanto a dívida de curto prazo é de R$ 370 milhões, tornando praticamente inevitável uma rolagem de passivos ao longo de 2025.
Diante desse cenário, analistas mantêm visões mistas sobre o papel. O Safra destacou que "vemos os resultados do 4T24 como positivos para a Pague Menos, pois as sinergias da aquisição estão dando frutos" e reiterou sua recomendação de "compra" com preço-alvo de R$ 4,50.
Já o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), mais cauteloso, afirmou que "mantemos nossa posição Neutra devido à valorização limitada e aos riscos relacionados à alavancagem da companhia".