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Pague Menos aposta em debêntures para financiar crescimento

Rede avalia que ainda não é hora de retomar o plano de IPO e considera emissão para fazer frente ao seu vultoso plano de investimentos


	Unidade da Pague Menos em São Paulo: companhia desistiu de IPO em outubro de 2012
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Unidade da Pague Menos em São Paulo: companhia desistiu de IPO em outubro de 2012 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 17h38.

São Paulo - Após desistir de se listar na bolsa no ano passado, a rede de farmácias Pague Menos avalia que ainda não é hora de retomar o plano e considera uma nova emissão de debêntures para fazer frente ao seu vultoso plano de investimentos, disse o presidente e controlador da empresa, Francisco Deusmar de Queirós.

Até 2017, a Pague Menos quer atingir a marca de 1.000 lojas no país, ante as 630 atuais. Para tanto, planeja investir cerca de 800 milhões de reais, com parte do dinheiro aplicado na compra de imóveis que serão usados para os pontos de venda --a ideia é que essas lojas cheguem a 50 por cento do total. Hoje, representam 35 por cento da rede.

Terceira maior bandeira de drogaria do Brasil em receita e única com presença em todos os Estados, a companhia também afasta a possibilidade de adquirir rivais para ganhar musculatura, estratégia adotada por suas maiores competidoras nos últimos anos.

Em 2011, a Droga Raia se uniu à Drogasil, dando origem à Raia Drogasil, atual número 1 no ranking de vendas. Menos de um mês depois, foi a vez da Drogaria São Paulo fundir operações com a Pacheco --a empresa é a segunda maior do setor, segundo dados da Abrafarma, associação do setor.

Quarta maior em faturamento, a Brasil Pharma também comprou uma série de empresas desde 2010, incluindo Rosário Distrital, Guararapes Brasil e Farmais.

"Nosso crescimento sempre foi orgânico e por enquanto a nossa estratégia é continuar assim", disse Queirós. Com uma geração de caixa de 100 a 120 milhões de reais por ano, a empresa dispõe de recursos para financiar sua expansão, por enquanto, disse ele.

Para complementar esse montante, a empresa considera fazer uma nova emissão de debêntures. "Temos crédito muito bom e isso significa que podemos conseguir dinheiro mais barato. Talvez no próximo ano, a partir de maio, a gente vá precisar", disse à Reuters.

Já a estreia na Bovespa não deve acontecer tão cedo. Em outubro de 2012, a companhia pediu o cancelamento do registro da sua oferta inicial de ações (IPO), alegando deterioração nas condições de mercado.


"Os grandes investidores devem voltar a olhar para os IPOs no fim de 2014, início de 2015, quando o PIB der mostras de um crescimento anual acima de 4 por cento", disse Queirós, estimando que a empresa só voltará a pensar no assunto a partir daí.

Crédito na Praça

Na semana passada, a Fitch elevou a nota de crédito das primeiras debêntures da Pague Menos, de A+ para AA-. A emissão dos títulos ocorreu em maio, no valor de 260 milhões de reais e com vencimento em 2016.

Em nota, a agência de classificação de risco afirmou que "empresa tem se beneficiado de sua relevante posição no mercado brasileiro de varejo farmacêutico, particularmente na região Nordeste, cujas taxas de crescimento acima da média das demais regiões lhe conferem importantes vantagens competitivas em um setor no qual a escala de negócios é fundamental".

De todo modo, Queirós vem investindo em locais como o interior do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, buscando reduzir a dependência da região Nordeste, que hoje responde por cerca de 50 por cento do faturamento da empresa cearense.

"Acabamos de aprovar um plano para 112 novos municipios", disse. O foco da empresa são as cidades com mais de 60 mil habitantes.

Para 2013, a Pague Menos mantém a perspectiva de aumentar o faturamento bruto em 20 por cento, para 3,9 bilhões de reais. No primeiro semestre, a expansão foi mais modesta, de 10 por cento na comparação anual, justificada por Queirós por problemas de estoque.

Mesmo assim, ele se mantém otimista para o restante do ano. "De 2000 para cá, temos crescido a uma média superior a 20 por cento ao ano, em meio a diferentes PIBs e taxas de juros. Não tenho motivos para pensar que vai ser diferente." (Por Marcela Ayres)

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