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Pacote anticrise da Europa sustenta mercados globais

Bruxelas - Um pacote emergencial de 1 trilhão de dólares para estabilizar o euro patrocinou um significativo rali das ações globais nesta segunda-feira, mas analistas afirmam que os líderes da União Europeia apenas ganharam tempo para enfrentar os problemas fiscais. O plano é o maior desde que lideranças do G20 injetaram dinheiro na economia após […]

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2010 às 14h18.

Bruxelas - Um pacote emergencial de 1 trilhão de dólares para estabilizar o euro patrocinou um significativo rali das ações globais nesta segunda-feira, mas analistas afirmam que os líderes da União Europeia apenas ganharam tempo para enfrentar os problemas fiscais.

O plano é o maior desde que lideranças do G20 injetaram dinheiro na economia após o colapso do Lehman Brothers, em 2008, e ditou a maior alta diária do índice europeu de ações em 17 meses.

Wall Street também avançava com a volta da confiança de investidores, ao menos temporariamente.

O pacote que conta com recursos standby e garantias de empréstimos para governos da zona do euro sem acesso aos mercados de crédito, além de medidas de liquidez de bancos centrais e compras de bônus, impressionaram analistas financeiros por sua escala.

Marek Belka, do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que o pacote funciona como "morfina" para os mercados, mas não deve ser encarado como uma solução de longo prazo.

O euro chegou a subir 3 por cento, após semanas de confiança decrescente mas perdia um pouco de força ao longo do dia. Ações de bancos europeus estavam entre os destaques de alta, assim como bônus de Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha.

Pela primeira vez em seis meses de aprofundamento da crise da dívida que começou na Grécia, líderes europeus parecem ter tomado a dianteira da situação, disseram analistas.

"A zona do euro está certamente recuperando confiança", afirmou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.


"Esse acordo desta manhã vai garantir que qualquer tentativa de enfraquecer a estabilidade do euro irá fracassar."

O acordo, no entanto, deixou muitas questões de longo prazo em aberto, entre elas como as economias mais fracas da Europa podem administrar sua dívida e como a União Europeia pode desenvolver políticas econômicas e fiscais mais coerentes para apoiar a moeda única.

O Banco Central Europeu (BCE) começou imediatamente a implementar sua parte no acordo, que envolveu os ministros de Finanças da UE, bancos centrais e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Bancos centrais regionais compraram bônus governamentais no mercado aberto.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, negou que a instituição tenha sucumbido a pressões de líderes da zona do euro .

O acordo recebeu apoio das principais economias do G8 e do G20. O premiê chinês, Wen Jiabao, disse que Pequim irá apoiar as ações para ajudar a Grécia a superar a crise de dívida, informou a mídia estatal.

Alemanha e Holanda, que defendem a disciplina fiscal, insistiram que o programa de resgate está ligado ao mesmo tipo de medidas draconianas de austeridade já impostas à Grécia.

O ex-economista-chefe do FMI Kenneth Rogoff afirmou à rádio BBC que as economias fracas da zona do euro ainda podem ter que reestruturar sua dívida para torná-la sustentável, apesar de negativas de autoridades.


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