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OutField lança primeiro fundo focado em startups de esportes do Brasil

Estão no radar de 180 a 200 companhias, dentre as quais até sete devem ser escolhidas. A primeira foi a Semexe, plataforma de compra e venda de bicicletas

Ciclismo: modalidade está no radar da OutField que espera captar R$ 7 milhões (Peathegee Inc/Getty Images)

Ciclismo: modalidade está no radar da OutField que espera captar R$ 7 milhões (Peathegee Inc/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 14h51.

Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 16h23.

Se por um lado sobra talento no esporte brasileiro, por outro, faltam investimentos e boa gestão. O fato de o país ter sido sede da Copa e da Olimpíada até impulsionou aporte de recursos em times, clubes e equipes, em um primeiro momento, mas não foram poucos os casos em que o dinheiro foi mal utilizado, seja por inexperiência, seja por corrupção. A crise econômica e a pandemia do novo coronavírus acabaram por afastar patrocinadores, colocando em risco o futuro de atletas e treinadores e dificultando — ainda mais — a trajetória de milhões de crianças e adolescentes que encontram no esporte a saída para a pobreza.

É nesse contexto que a consultoria OutField, que tem clientes como Unilever, Wix.com, Flamengo eSports e New Balance, está lançando o primeiro fundo focado em startups de esportes. "Existe um mercado potencial enorme", afirma Pedro Oliveira, sócio fundador da OutField, que, no passado, já investiu na TeamOne, empresa do segmento de eSports; Fábrica18, na desenvolvedora do primeiro Fantasy Game de futebol do Brasil; e na Spartacool, criadora de um dispositivo vestível de resfriamento corporal para atletas. Além de injetar capital nas companhias escolhidas, a ideia é que os gestores orientem os empreendedores. "Estamos criando uma rede privada de investidores e vamos investir em quatro a sete companhias", conta.

Para chegar a esse número, Oliveira diz que estão no radar algo entre 180 e 200 startups relacionadas a esportes, como empresas de venda de ingressos e de produtos licenciados, de mídia (produção de conteúdo e transmissão) e até fabricantes de itens que melhoram a performance dos esportistas. A primeira investida é a Semexe, plataforma de compra e venda de bicicletas.

 

Cada empresa deve receber algo entre 400.000 reais e 1 milhão de reais, além de mentoria para acelerar a operação. "Estamos falando de pequenas empresas; é um seed money", diz. O ciclo de investimento será de quatro anos, sendo os três primeiros voltados para o crescimento das startups e o último, para a saída dos investidores, por meio de uma compra estratégica por um concorrente ou fundo ou por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

O retorno esperado é de cinco a sete vezes do valor investido no fundo, que deve captar cerca de 7 milhões de reais com investidores institucionais e family offices. "Queremos que o esporte seja validado assim como aconteceu com o entretenimento." Se der certo, atletas, clubes e torcedores — além de investidores — vão aplaudir de pé. O Brasil só tem a ganhar.

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