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Ouro volta a subir com tensão geopolítica, mas ainda longe da máxima

Busca por ativos de proteção deu novo impulso à cotação do metal

 (wirestock/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 16h39.

Última atualização em 23 de outubro de 2025 às 16h56.

Os preços do ouro voltaram a subir na sessão desta quinta-feira, 23, após duas sessões consecutivas de forte queda, enquanto novos riscos geopolíticos impulsionam a demanda por ativos mais seguros. Investidores também se prepararam para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, adiado para esta sexta-feira, 24, devido à paralisação parcial do governo americano.

Os fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro registraram o maior fluxo de saída dos últimos cinco meses, disse ao Barron's o analista Soojin Kim, do MUFG. Nesta quinta, os contratos futuros do metal avançavam 2,19%, a US$ 4.154,50 por onça-troy.

Na terça-feira, o ouro recuou 5,7%, registrando sua maior perda em mais de uma década no mercado futuro e em cinco anos no mercado "spot". Manteve o movimento de baixa na sessão seguinte, devido à receios de que o metal estivesse sobrecomprado após uma sequência recorde de valorização. Mesmo com esse vaivém, o metal acumula alta superior a 50%.

O ouro voltou a ser demandado por investidores, fundos e bancos centrais em meio a um cenário de tensões geopolíticas. Entre os principais fatores que explicam esse movimento estão os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, além da paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, que entrou na terceira semana.

“Os investidores também estão atentos às próximas negociações comerciais entre EUA e China, que podem aliviar as tensões geopolíticas que anteriormente sustentaram a demanda por ativos de refúgio”, disse Kim, à agência.

Ouro pode atingir US$ 6 mil

O JPMorgan projeta que o preço do ouro pode atingir US$ 6 mil por onça-troy até 2028, caso a exposição a ativos americanos recue e uma parte dos recursos seja direcionada ao metal.

Analistas também destacam que os fundamentos que sustentam a valorização continuam firmes. Gestores estrangeiros com ativos nos EUA vêm reduzindo a exposição ao dólar e aumentando posições em ouro, elevando a demanda.

Eles ainda observam que a oferta global de ouro permanece praticamente estável desde 2018, o que reforça o equilíbrio entre oferta e demanda. “É uma história muito limpa — há muitos compradores e quase nenhum vendedor”, diz o relatório a que o Barron's teve acesso.

As ações de mineradoras de ouro também subiram na quinta-feira. A Newmont (NEM +3,11%), uma das maiores do setor, avançou 1,7%, depois de cair 9% na terça-feira. A empresa divulga resultados após o fechamento do mercado.

A Barrick Mining ganhou 2,6%, enquanto a Agnico Eagle Mines subiu 0,9%.

A prata também subiu, 2,44%, para US$ 48,85, e a platina avançou 2,98%, a US$ 1.598,80.

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