BM&FBovespa: desistência da Ouro Verde reforça um quadro em que a oferta de ações no Brasil vive seu pior começo de ano em mais de uma década (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 11h37.
São Paulo - A companhia de locação de veículos e equipamentos pesados Ouro Verde anunciou no final da sexta-feira que fez à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de desistência de sua oferta pública inicial de ações (IPO), citando condições adversas dos mercados de capitais no Brasil e no exterior.
A companhia havia adiado o IPO em agosto do ano passado a operação de cerca de 400 milhões de dólares citando também condições desfavoráveis dos mercados.
A empresa paranaense havia feito o pedido para IPO em meados de julho, em uma operação de distribuição primária e secundária coordenada por Itaú BBA, Credit Suisse, Santander e HSBC.
A Ouro Verde junta-se a um grupo de empresas que engavetaram operações de emissão de ações este ano que incluem nomes como Votorantim Cimentos, Unidas e Fras-le.
A desistência da Ouro Verde reforça um quadro em que a oferta de ações no Brasil vive seu pior começo de ano em mais de uma década, num sinal de erosão da confiança dos investidores sobre o país.
Nenhuma oferta pública inicial (IPO) ou oferta subsequente foi encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) até agora neste ano, o que não acontecia desde 2004, segundo dados da Thomson Reuters.
Muitas operações foram suspensas no ano passado por causa das condições adversas do mercado e provavelmente não vão se materializar nos próximos meses, afirmaram executivos de bancos e investidores. (Por Alberto Alerigi Jr., edição de Roberta Vilas Boas)