Ouro: acumula alta de cerca de 30% (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de abril de 2025 às 13h02.
Última atualização em 21 de abril de 2025 às 13h46.
O preço do ouro superou os US$ 3,4 mil por onça nesta segunda-feira, 21, atingindo um novo recorde, à medida que investidores buscaram ativos de proteção diante das ameaças do presidente Donald Trump à independência do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Os contratos futuros do metal avançaram 3,15%, para US$ 3.433,10 por onça às 9h56 (horário de Nova York), impulsionados também pela desvalorização do dólar, que atingiu o menor nível em três anos.
Desde o início do ano, o ouro acumula alta de cerca de 30% e já subiu mais de 8% desde 2 de abril, quando Trump anunciou um novo pacote de tarifas comerciais.
Nesta segunda-feira, Trump intensificou ataques ao presidente do Fed, Jerome Powell, chamando-o de “perdedor” e exigindo corte imediato nas taxas de juro. Na última quinta-feira, o republicano afirmou que a “demissão de Powell não pode chegar rápido o suficiente”, após o chefe do banco central alertar para os efeitos inflacionários das tarifas sobre a economia americana.
Segundo o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, Trump estuda a possibilidade de demitir Powell.
O ambiente de incerteza impulsiona a demanda por ouro tanto entre investidores quanto entre bancos centrais. O Citi projeta que o metal possa atingir US$ 3,5 mil nos próximos três meses, à medida que a demanda de investimento supera a oferta da mineração.
“Estimamos que as preocupações com o crescimento global e dos EUA, relacionadas às tarifas, vão se manter, combinadas com forte demanda de bancos centrais e outras instituições”, afirmaram analistas liderados por Kenny Hu em nota a clientes.