Barras de ouro: metal não vive bolha, diz analista (Bruno Vincent/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2012 às 06h00.
São Paulo – O ouro está se aproximando de sua melhor fase no mercado e sem risco de bolha. A opinião é de Ronald-Peter Stoeferle, analista do Erste Group, grupo financeiro que atua na Europa.
Em relatório, Stoeferle defende que não há uma euforia em relação ao ouro e que o metal também tem a sazonalidade a seu favor, já que estamos prestes a entrar em agosto, historicamente um mês positivo para o metal.
O preço-alvo para o ouro em 12 meses é de 2 mil dólares a onça (atualmente pouco abaixo dos 1,6 mil dólares). No longo prazo, a estimativa é de que o preço possa chegar a 2,3 mil dólares a onça.
Além do fator sazonal que pode continuar impulsionando o ouro, Stoeferle destaca como outro motivo a sinalização de que as taxas de juros devem continuar negativas. “Durante 20 anos de pessimismo no mercado do ouro, entre os anos 80 e 90, a taxa média de juros reais estava em 4%. Desde 2000, as taxas reais estão negativas por mais da metade do tempo até aqui, o que constitui um ambiente ótimo para o ouro”, diz.
Segundo ele, o anúncio de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) vai manter a taxa básica de juros americana em zero até 2014 deverá prolongar uma taxa real negativa e criar fundamentos para novas valorizações no preço do metal.
Ouro ainda não mostra sinais de formação de bolha
Apesar da perspectiva de alta no preço e da projeção de que o ouro ganhará cada vez mais espaço no radar dos investidores, outro ponto que Stoeferle defende é que, apesar do que apontam alguns participantes do mercado, o metal ainda não apresenta sinais de uma bolha.
E mais ainda: comparando os números do ouro com os de investimentos em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, Stoeferle diz que estamos muito mais próximos de uma crise de bônus do governo americano do que do ouro.
Segundo os números do analista, a relação do ouro para a dívida pública é de 0,0001 vez. Se o nível da dívida permanecesse igual, estima Stoeferle, o preço do ouro teria que subir para 11,9 mil dólares para alcançar níveis preocupantes.